O acusado de participação no crime contra Ariane Bárbara, 18 anos, Jeferson Cavalcante, alegou durante julgamento que foi o responsável por dirigir o veículo, mas que só ajudou o grupo após ser ameaçado de morte pela menor apreendida.
No interrogatório, Jeferson alegou que as facas usadas para matar Ariane, foram um presente dele para Raissa e para a menor dias antes do ocorrido, mas que não sabia que objeto seria utilizado no crime.
Detalhes do crime contra Ariane
O crime ocorreu no dia 24 de agosto de 2021, no Setor Jaó, em Goiânia. Enzo Jacomini, mais conhecido como “Freya”, foi apontado como o autor das facadas, Jeferson Cavalcante, quem dirigiu o veículo e responsável por levar o grupo e o corpo para uma mata, Raissa Nunes, autora das facadas e uma outra menor apreendida que o caso segue em segredo de justiça.
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Jeferson citou que Raissa Nunes era totalmente depende emocional da menor apreendida, e que ainda suspeita que as duas tiveram um relacionamento. No dia do crime, a menor contou para Jeferson sobre o planejamento do crime, mas ele afirma que não sabia que Ariane seria a vítima.
“Todos estavam no carro e fomos buscar Ariane. Paramos no Lago das Rosas e a Ariane entrou no carro e ficou no meio entre Raíssa e a adolescente. A música já estava no volume máximo e a menor pediu para eu descesse a Avenida Anhanguera em direção ao Senador Canedo”, explicou.
Conforme ele, a menor durante todo o trajeto ficava o pressionando, até que ele sentiu um empurrão em seu banco, vindo da adolescente, momento em que ele estralou o dedo duas vezes, como planejado, e Raíssa começou a enforcar a vítima.
“Eu estralei os dedos e Raíssa começou a estrangular Ariane, por falta de força ou sei lá, outro motivo, ela não conseguiu desmaiar Ariane. Passaram uns minutos, Raissa tentou e não conseguiu de novo. Nisso, a Freya pulou pro banco de trás e deu um mata leão na Ariane e a Raissa deu a facada, com incentivo da menor e de Enzo”, explicou.
Ao juiz, Jeferson disse que foi ameaçado pela menor para participar do crime. Segundo ele, a menor disse que mataria ele e sua família caso se recusasse a ajudar. Além disso, também teria dito que o pai dela era traficante em Brasília e que a mãe tinha passagens pela polícia.
O réu ainda alegou que para concretizar a ameaça, a adolescente provou que conhecia o endereço de sua residência e os mataria se ele abandonasse o plano.
Momento em que o réu confessa o crime. Veja:
Relembre o caso
Conforme as investigações, Jeferson, Raíssa, Enzo e outra menor, conheceram Ariane em uma pista de skate pública que a vítima costumava frequentar.
O grupo chamou Ariane para lanchar e afirmou que após o passeio levaria a vítima de volta para a sua residência. Ariane foi no banco de trás do veículo entre a adolescente e Raíssa. Jeferson foi quem dirigiu o veículo e deu os sinais para Raissa cometer o crime.
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O homicídio ocorreu por volta das 21 horas no dia 24 de agosto de 2021. Raíssa tentou estrangular Ariane, mas não conseguiu. Para conseguir desmaiar a vítima, Enzo passou para o banco de trás e aplicou o golpe “mata-leão” em Ariane.
Após a vítima desmaiar, Raíssa retornou para o banco de trás e desfigurou vários golpes de faca contra a vítima com a ajuda da outra menor. O corpo de Ariane foi colocado no porta-malas e Enzo foi o responsável por indicar o matagal que o corpo seria desovado.