A doença de chagas já matou mais de 230 pessoas em Goiás apenas neste ano. Apesar de antiga, especialista ressaltam que a doença é muito presente e precisa de atenção.
A estimativa da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO) é que entre 200 mil e 300 mil pessoas tenham a enfermidade em Goiás e de 1,9 milhão a 4,6 milhões, no Brasil.
De acordo com a SES-GO, o número de mortes mostra redução ao longo dos anos, mas ainda é considerado alto, com média de 689 mortes – este ano, já são 236.
A superintendente de Vigilância em Saúde, Flúvia Amorim, afirma que alguns municípios da região nordeste do estado apresentam alta incidência do barbeiro, como Posse, uma das cidades brasileiras com os maiores índices de vulnerabilidade para a doença.
“Por isso a SES desenvolve ações prioritárias para o controle do vetor e alerta a população para a importância do diagnóstico. A partir dela, a pessoa acometida poderá buscar orientações para diagnóstico e tratamento.”
Transmissão e tratamento da doença de chagas.
Durante décadas, a principal forma de transmissão da doença de Chagas foi vetorial, causada pelo inseto barbeiro. Atualmente, a maioria dos casos é de forma crônica, ou seja, pessoas que já têm a doença há anos, mas que recebem o diagnóstico tardiamente.
Além da transmissão vetorial, a doença pode ser transmitida por vias orais, como através de alimentos contaminados, e também verticalmente, de mãe para filho. Outras formas de contágio incluem acidentes laboratoriais, transplante de órgãos e transfusões sanguíneas.
Para identificar e prevenir a doença de Chagas, é fundamental que os moradores da zona rural que tiveram contato com o barbeiro ou que tenham familiares com a doença realizem exames de detecção. Além disso, pessoas que apresentam sintomas como o coração acelerado, dificuldade para engolir alimentos e prisão de ventre devem estar atentas e buscar avaliação médica.
Em caso de sintomas ou desconfiança de contato com o barbeiro, as pessoas devem buscar atendimento na unidade básica de saúde mais próxima. O diagnóstico da doença é feito por meio de exame de sangue e é disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), assim como a medicação.
Prevenção
Segundo a SES-GO, a orientação é que os moradores impeçam a formação de colônias em buracos e frestas residenciais, bem como usar repelentes e roupas de manga longa.
Caso o inseto seja encontrado dentro de casa, a SES sugere que não seja morto. Em vez disso, deve-se proteger a mão com luvas ou utilizar um saco plástico para capturá-lo e, em seguida, colocá-lo em um recipiente com tampa. O próximo passo é entregar o recipiente com o inseto a um agente de saúde.
Essas medidas visam contribuir para a prevenção e controle da manifestação da doença, garantindo a segurança da população local e auxiliando na identificação e monitoramento do vetor da doença de Chagas.