Um homem de 35 anos morreu após ser sufocado durante uma tentativa forçada de internação em uma clínica de reabilitação clandestina para dependentes químicos, em Abadia de Goiás.
Nesta terça-feira (1º/8), a Polícia Civil de Goiás deflagrou uma operação onde foram detidas cinco pessoas, incluindo um gerente, os funcionários suspeitos de cometer o homicídio e os proprietários da clínica, que teriam ordenado a internação.
Homem morre sufocado durante tentativa de internação
De acordo com o delegado Humberto Soares, a vítima residia em Posse, nordeste goiano, e seria levada para a clínica na região metropolitana de Goiânia.
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O caso começou a ser investigado há dois meses após funcionários de um hospital em Simolândia, região nordeste do estado, acionarem a polícia após a morte da vítima.
O delegado esclarece que a vítima enfrentava problemas relacionados ao uso de drogas e, por essa razão, sua família solicitou sua internação na clínica, porém, desconheciam os métodos utilizados no procedimento.
“Três funcionários foram até a casa da vítima, que morava em Posse, e se identificaram como falsos policiais. Quando o jovem percebeu que se tratava de uma internação compulsória, tentou fugir. Para imobilizar a vítima, os funcionários aplicaram um golpe de mata-leão. Apesar de ter sido levado para o hospital, o jovem acabou morrendo por enforcamento”, conta.
Soares conta que, à época, após perceberem que o homem morreu com o golpe de “mata-leão”, os funcionários da clinica se dirigiram ao hospital de Simolândia alegando que a vítima havia morrido de “overdose.
Clínica não tinha autorização para funcionar
Segundo o delegado, a clínica não possuía autorização da prefeitura para operar e as atividades já haviam sido suspensas durante uma fiscalização, mas retomaram o funcionamento de forma clandestina.
Além disso, Soares pontuou que nenhum dos funcionários da clínica tinham formação na área da saúde e que, inclusive, todos tinham passagem na polícia por tráfico de drogas, lesão corporal, violência doméstica e outros crimes.
Ele ainda afirmou que mais de 15 pessoas relataram que estavam sendo mantidas em cárcere e privado, e que estavam sofrendo violências e ameaças.
“Os internos são dopados diariamente, e não tem nenhum tipo de acompanhamento médico”, disse.
A clínica foi interditada novamente e os 38 pacientes que ainda estavam no local serão encaminhados para a assistência social do município e para seus familiares.