O ginecologista Fábio Guilherme da Silveira Campos, de 73 anos, acusado de cometer crimes sexuais contra pelo menos 16 mulheres, foi indiciado pelo crime de estupro de vulnerável.
O indiciamento diz respeito à primeira vítima que fez a denúncia e foi o ponto de partida para as investigações que envolvem outras vítimas. Ele está preso desde o dia 20 de julho.
Ginecologista é indiciado por estupro de vulnerável
De acordo com a Polícia Civil de Goiás (PCGO), durante as investigações houve uma reclassificação do crime, que agora é tratado como estupro de vulnerável.
Isso se deve ao fato de que os investigadores constataram que a vítima estava em uma situação vulnerabilidade, o que a tornou incapaz de oferecer qualquer resistência.
A corporação considerou a vulnerabilidade pela natureza do exame ginecológico, que limitava os movimentos da vítima, quanto pela rapidez do ato, que fez com que ela só percebesse a prática sexual após o término. Além disso, a vítima encontrava-se em estado de choque, o que agravou ainda mais a situação.
Segundo a PCGO, um pedido de cassação do registro do médico perante ao Conselho Regional de Medicina (CRM), bem como pelo sequestro de bens a fim de garantir a reparação cível das vítimas foi apresentado.
O que diz a defesa do acusado
Em nota, a defesa do ginecologista afirmou que há equívocos no relatório final da PCGO, quanto a classificação jurídica dos fatos.
O comunicado destaca ainda que, em relação à acusação de suposto abuso sexual envolvendo uma pessoa menor de idade, a punibilidade do médico se encontra extinta devido ao decurso do prazo. Portanto, não pode ser atribuída a ele qualquer responsabilidade criminal.
A defesa ainda ressalta que a Constituição Federal presume a inocência do acusado, garantindo seus direitos fundamentais nesse processo.
Relembre o caso
O caso do médico, que foi preso, no último dia 20 de julho, repercurtiu após o marido de uma paciente grávida, supostamente abusada pelo ginecologista, ser filmado agredindo o médico no Centro Integrado de Atenção Médico Sanitária (Ciams) do Novo Horizonte, em Goiânia. Veja o vídeo:
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Com a divulgação do caso, surgiram novas denúncias contra Fábio. Algumas das outras vítimas relatam ter sofrido abusos há mais de 20 anos, evidenciando que o ginecologista atuava desde 1981.
Dentre os casos denunciados, também constam relatos de abusos cometidos contra menores de idade. Até o momento, foram formalizadas 13 denúncias contra o ginecologista.
É importante ressaltar que alguns desses casos já haviam sido denunciados à época em que ocorreram, mas não resultaram em punição.