A Polícia Civil de Goiás (PCGO) apresentou nesta quinta-feira (27/7) o laudo de conclusão sobre o desabamento da rampa no festival Rap Mix, no Estádio Serra Dourada, em Goiânia. O acidente deixou mais de 60 feridos, alguns em estado grave.
As informações foram repassadas pelo delegado Thiago Martimiano, responsável pela investigação, durante coletiva de imprensa.
Imagens do laudo mostram que toda a estrutura da rampa foi montada de forma inadequada e precária, usando chapas de madeira e arames para fazer adaptações.
Além disso, segundo a perícia da polícia técnico científica, a inclinação da rampa não estava correta e foram identificados outros diversos problemas de montagem. O projeto de montagem, segundo a perícia, não representava o que a equipe visualizou na prática.
Segundo o delegado, as investigações ainda estão sendo realizadas, mas é possível apontar que a superlotação do espaço não teve relação com o desabamento. A equipe da perícia concluiu que a rampa deveria suportar mais peso do que havia no momento do acidente.
Responsabilidade
De acordo com as investigações iniciais, a culpa pela queda é atribuída a um arquiteto e um engenheiro, responsáveis pela montagem da estrutura, bem como pela empresa terceirizada que os contratou. Eles ainda não foram ouvidos na investigação.
Segundo a PCGO, os profissionais eram responsáveis por fiscalizar a provar todo o trabalho feito, desta forma, da montagem não deveria ter sido aprovada da forma que estava.
Inicialmente, a polícia trata o caso como culposo, quando não há intenção. Entretanto, pode passar para culposo no decorrer das investigações, caso seja comprovado que foram assumidos os riscos claros durante a montagem.
O Portal Dia não localizou os profissionais responsáveis pela montagem da estrutura, mas o espaço segue aberto para manifestação. A equipe também entrou em contato com a organização do festival para falar sobre o laudo e aguarda retorno.
Vítimas do desabamento de rampa no Rap Mix
Até o momento, cerca de 60 pessoas já foram ouvidas pela polícia durante as investigações. O delegado aponta que os depoimentos das vítimas são unânimes em relação a falta de organização e estrutura do evento.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, a maior parte das pessoas teve apenas escoriações. No entanto, outras tiveram fraturas expostas e até traumatismo crânioencefálico.