O ginecologista de Goiânia, investigado por crimes sexuais, segue sendo alvo de denúncias em série. Após a divulgação da identificação do médico, nome e imagem, novas mulheres procuraram a delegacia para registrar ocorrência.
Ao menos 13 vítimas já relataram à polícia terem sido vítimas do ginecologista Fábio Guilherme da Silveira Campos, de 73 anos. Alguns relatos são de quase 30 anos atrás.
De acordo com a delegada Amanda Menuci, da Delegacia Estadual de Atendimento à Mulher (Deaem), além dos casos já registrados, outras dezenas de pessoas procuraram a corporação em busca de orientações sobre como denunciar os crimes.
Uma das vítimas mais recentes, de 23 anos, registrou o caso depois que viu a notícia da prisão do médico. Ela teria sido vítima de assédio sexual durante uma consulta em maio, no Ciams Novo Horizonte. Na ocasião, segundo a vítima, o ginecologista teria feito perguntas com conotação sexual, o que a deixou desconfortável.
Relatos dos crimes praticados pelo ginecologista de Goiânia
Até o momento, as investigações apontam que a conduta do médico com as vítimas possui similaridades, especialmente quanto a ‘piadas’ de conotação sexual. Por outro lado, também tem algumas diferenças na forma como os crimes foram praticados.
Em relação as duas vítimas de 1994, segundo a delegada, o médico teria tido que elas precisavam ficar excitadas para fazer os exames, tocou os seios e órgãos e até pediu para que elas o tocassem. Ambos os casos já prescreveram, mas as vítimas atuarão como testemunhas no processo.
Em 2014, outra vítima relatou à polícia ter sido abusada pelo médico durante uma consulta. Ela conta que o médico puxou seu corpo contra o órgão genital dele durante a coleta do material ginecológico.
O mais recente, que motivou a prisão do médico, aconteceu contra uma grávida de 8 meses, durante um exame pré-natal, quando ele teria massageado o órgão genital da vítima. Segundo a delegada, a mulher havia feito o exame de toque na consulta anterior e questionou se seria necessário novamente, momento que o médico respondeu: “que bom que você já falou, não preciso nem te pedir para ficar pelada”.
O caso veio a tona depois que o marido da gestante invadiu o consultório do médico e o agrediu com um soco. O homem chegou a ser preso, mas foi liberado após pagar fiança de R$ 3,5 mil. Por isso, ele responde ao processo em liberdade.
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Denúncia
Após a divulgação da identidade do médico, diversas vítimas começaram a procurar a delegacia, não apenas a Deaem, mas outras delegacias da capital.
De acordo com a delegada, todas as vítimas devem procurar a delegacia para denunciar, mesmo que os crimes já tenham prescritos, pois isso possibilita a comprovação da reiteração do crime.
Até o momento, o Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) não foi notificado pela Polícia Civil e, por isso, não tem acesso ao processo, visto que é sigiloso.
“Todas as denúncias relacionadas à conduta ética de médicos recebidas pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) ou das quais tomamos conhecimento são apuradas e tramitam em total sigilo, conforme determina o Código de Processo Ético-Profissional Médico.”, informou o Cremego.