Uma motorista de aplicativo, de 23 anos, foi sequestrada, estuprada e feita refém, nesta segunda-feira (24/7), após aceitar uma corrida com três homens, em Aparecida de Goiânia.
Ela foi encontrada após o carro capotar às margens da BR-080, em Barro Alto, centro goiano.
Motorista de app é sequestrada, mas escapa
De acordo com a Polícia Civil de Goiás (PCGO), o trio seguia para o Tocantins, onde venderiam o carro. Durante o trajeto, a vítima foi estuprada e tratada com violência.
A mulher contou à polícia que o veículo em que estava chegou a passar por três barreiras policiais e dois pedágios, sem ser parado.
Dessa forma, enquanto um dos acusados dirigia, ela pegou o volante e jogou o carro em uma ribanceira, o que fez com que o carro capotasse.
Os suspeitos fugiram do local e a vítima foi encontrada, na manhã desta segunda-feira (24) por motoristas que passavam pelo rodovia e levada para o Hospital Municipal de Barro Alto.
Após ser socorrida, a vítima denunciou o caso à polícia, que iniciou as buscas. Os criminosos foram encontrados em uma mata próxima ao local do acidente, onde houve uma troca de tiros. Todos os três acusados morreram no confronto.
A polícia ainda afirmou que o celular usado para solicitar a corrida era roubado de uma outra mulher.
Posicionamento Uber
O Portal Dia entrou em contato com a Uber questionando sobre o apoio dado à vítima e seus familiares, além das políticas de segurança aos motoristas. Em nota, a Uber se manifestou:
“A Uber considera inaceitável e repudia qualquer ato de violência e defende que as mulheres têm o direito de ir e vir da maneira que quiserem e têm o direito de fazer isso em um ambiente seguro. A empresa acredita na importância de combater, coibir e denunciar casos dessa natureza e encoraja que as mulheres denunciem qualquer incidente tanto pelo aplicativo quanto às autoridades competentes. A Uber permanece sempre à disposição para colaborar com as investigações, na forma da lei.
Segurança é uma prioridade para a Uber e inúmeras ferramentas atuam antes, durante e depois das viagens para torná-las mais tranquilas, como, por exemplo, o recurso U-Elas, que permite que mulheres motoristas parceiras tenham a opção de receber somente chamadas de usuárias mulheres. No entanto, a Uber entende que a violência de gênero é um problema social complexo e sistêmico que demanda ação conjunta de toda a sociedade. Por isso, a empresa possui, desde 2018, um compromisso público de enfrentamento à violência contra a mulher, que se materializa em uma série de parcerias com especialistas e autoridades no assunto para colaborar na construção de projetos e iniciativas para enfrentar essa realidade no aplicativo e na sociedade como um todo.
A Uber também realizou ao longo dos anos diversas iniciativas voltadas à produção e distribuição de conteúdo para conscientização de motoristas parceiros, como por exemplo uma campanha educativa em parceria com o MeToo Brasil e que também contou com a consultoria da Sandra Vale da Potência Diversa, com vídeos para motoristas e usuários da plataforma. Antes disso, também pensando no público masculino, a empresa já tinha desenvolvido o Podcast de Respeito em parceria com o Instituto Promundo.”
Além dessas ações, ao longo do último ano a empresa apoiou as seguintes iniciativas:
- A Uber apoiou pela segunda edição consecutiva, a pesquisa “Visível e Invisível: a Vitimização de Mulheres no Brasil”, realizada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O levantamento traz dados inéditos sobre diferentes formas de violência física, sexual e psicológica sofridas pelas brasileiras no ano passado. Em comparação com as pesquisas anteriores, todas as formas de violência contra a mulher apresentaram crescimento acentuado em 2022. Segundo o levantamento, 28,9% das brasileiras sofreram algum tipo de violência de gênero em 2022, a maior prevalência já verificada na série histórica, 4,5 pontos percentuais acima do resultado da última pesquisa. Os dados permitem estimar que cerca de 18,6 milhões de mulheres brasileiras foram vitimizadas no período, o equivalente a um estádio de futebol com capacidade para 50 mil pessoas lotado todos os dias. Em média, as mulheres que foram vítimas de violência relataram ter sofrido 4 agressões ao longo do ano, mas entre as divorciadas a média foi de 9 vezes.
- A Uber apoiou a realização de mais uma temporada do podcast Você Pode Mudar o Mundo, do Instituto Igarapé, que foi totalmente voltada para a discussão sobre os diferentes tipos de violência contra a mulher e conversou com especialistas no tema e personalidades que conviveram profundamente com esses crimes, como Txai Suruí, Anielle Franco, Carolina Dieckmann, Jurema Werneck e Claudelice dos Santos.
- Junto com o MeToo, a Uber expandiu o canal de suporte psicológico voltado para usuárias(os) e motoristas parceiras(os). Além de seguir acolhendo sobreviventes de violência sexual, o plantão passou a atender também vítimas de condutas discriminatórias baseadas em raça, identidade de gênero, orientação sexual, expressão de gênero, intolerância religiosa, capacitismo, entre outras.
- A empresa apoiou a realização do 16º Encontro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e mediou duas atividades, uma sobre o “Golpe do gás no Uber”: o aumento da sensação de insegurança a partir da desinformação” e outra sobre Violência contra a mulher: aspectos culturais e formas de prevenção. Além disso, a empresa apoiou a última edição do Selo FBSP de Práticas Inovadoras no Enfrentamento à Violência contra Meninas e Mulheres, que reconhece experiências desenvolvidas pelos profissionais de segurança pública e do sistema de justiça.
- A pesquisa “Percepções sobre controle, assédio e violência doméstica: vivências e práticas” do Instituto Patrícia Galvão, realizada pelo Ipec, foi apoiada pela Uber. O levantamento identificou que, enquanto 45% das mulheres dizem que já tiveram o corpo tocado sem seu consentimento em local público, apenas 5% dos homens admitem já ter feito isso. Ainda, 32% das mulheres afirmam ter passado por situação de importunação/assédio sexual no transporte público, mas nenhum homem reconhece já haver praticado esse tipo de violência.
- O Instituto Igarapé promoveu mais uma atualização da plataforma EVA – Evidências sobre Violências e Alternativas para mulheres e meninas – que conta com o apoio da Uber. Apresentado em um workshop para jornalistas, os dados mostram que em 2020, todas as formas de violência contra a mulher aumentaram e que as mulheres têm 3,5 vezes mais chances de sofrerem violência que homens.