A Polícia Civil de Goiás (PCGO) está investigando o caso do ginecologista preso em Goiânia suspeito de crimes sexuais contra pacientes.
De acordo com a delegada Amanda Menuci, da Delegacia Estadual de Atendimento à Mulher (Deaem), relatos das pacientes sustentam os crimes. Ao menos cinco vítimas já foram identificadas.
Vítimas do ginecologista preso em Goiânia
Até o momento, cinco vítimas foram identificadas, com idades entre 15 e 32 anos na época dos crimes. Em dois deles ainda não há queixas oficializadas até o momento.
A delegada responsável pelo caso afirma que duas mulheres relataram os crimes ao CRM há 29 anos, em 1994. Uma delas, inclusive, é testemunha nas investigações atuais, pois o crime já prescreveu. À época, o médico alegou que as mulheres, mesmo sem se conhecerem, “armaram” para ele. Ele foi absolvido pelo CRM das acusações.
Agora, uma outra mulher procurou a polícia após a repercussão do caso, informando que teria sido vítima em 2014, aos 32 anos.
Nesse caso, a vítima contou à polícia que estava em posição ginecológica e percebeu o momento que o médico pressionou o órgão genital contra ela. Por isso, ela pediu imediatamente para encerrar a consulta. Além disso, disse que percebeu olhares do médico enquanto se vestia.
Segundo a delegada, os relatos das vítimas ainda apontam que, durante as consultas, o médico chegou a dizer que as pacientes precisavam ficar excitadas para que os exames ginecológicos dessem certo. Em um dos casos, o ginecologista chegou a ejacular na barriga da vítima.
“No consultório, ele dizia que para colher o exame, citologia fresca, elas precisavam ficar excitadas. Então ele tocava os seios, pegava a mão e colocava no órgão genital dele e até pediu pra uma delas fechar os olhos e pensar em coisas boas. Ele ejaculou na barriga dela”, disse a delegada.
Diante dos fatos, a Polícia Civil divulgou a imagem do suposto autor para que outras possíveis vítimas possam identificá-lo.
“O nome e imagem do suposto autor serão divulgados, conforme despacho autorizativo da autoridade policial a fim de que novas e eventuais vítimas sejam identificadas e encorajadas a denunciá-lo.”.
O Portal Dia não conseguiu contato com a defesa do médico até a última atualização desta reportagem.
Prisão
O médico foi preso preventivamente na manhã de quinta-feira (20/7). O caso veio à tona depois que o marido de uma paciente, que também teria sido abusada, invadiu o consultório e agrediu o ginecologista. Veja o vídeo:
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Nota SMS na íntegra
“A respeito da demanda enviada por esse veículo de comunicação, referente à prisão de um médico ginecologista, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) esclarece o que se segue:
O profissional médico é ginecologista, servidor efetivo da Secretaria Estadual de Saúde, cedido ao município de Goiânia, com ônus para o Estado de Goiás. O profissional está lotado no Ciams Novo Horizonte desde 2014.
Durante este período, a SMS não recebeu nenhuma denúncia contra o profissional. Desde o dia 30 de junho passado, ele está afastado da unidade de saúde.
A secretaria acatará qualquer determinação judicial sobre o caso.
Ressalta-se, que a secretaria não compactua com atos de desrespeito aos usuários e preza pelo acolhimento e qualidade da assistência.”