Após uma série de adiamentos, o júri do caso Robertinho foi finalizado na noite desta terça-feira (27/6). O crime aconteceu em 2017 e resultou na morte do adolescente Roberto Campos da Silva.
O pai do adolescente, Roberto Lourenço, também foi atingido durante a ação dos policiais, mas não se recuperou totalmente, pois ainda tem projéteis alojados no corpo.
Julgamento do caso Robertinho
Os três policiais militares (PMs) acusados do crime foram condenados por homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio e fraude processual. Somadas, as penas dos três passam de 40 anos de prisão.
Na decisão, o juíz Lourival Machado detalha que os réus alteraram o local do crime a fim de induzir o erro dos peritos e juiz, para assegurar a ocultação e forjar uma pseudo legítima defesa.
“A defesa sustentou as teses, em, face do crime de homicídio: legítima defesa, estrito cumprimento do dever legal, inexigibilidade de conduta diversa, excesso exculpante, homicídio privilegiado, homicídio culposo, e lesão corporal seguida de morte.”, diz a decisão.
Procurada, a Polícia Militar de Goiás (PMGO) informou que não comenta sobre decisões judiciais. Já a defesa dos réus não foi localizada até a divulgação desta reportagem.
Pai da vítima
Durante o julgamento, o pai de Robertinho narrou como aconteceu o crime e cobrou justiça pelo homicídio do filho. Ele relatou que o filho foi morto após o defender para os policiais, dizendo que ele era um “homem digno”.
Roberto contou que o crime aconteceu depois que ele chegou do trabalho. De repente, sua residência ficou sem energia, mas percebeu que nos postes da rua ainda havia luz. Ele então pegou uma escada para ver do outro lado do muro, momento que viu três pessoas armadas dizendo que iam entrar.
O homem conta que voltou para dentro da residência e pegou a arma que tinha e atirou para cima, pensando em afugentar o trio. Entretanto, os policiais atiraram contra o portão e atiram ele e o filho. Além disso, Roberto contou que os policiais admitiram terem o seguido durante todo o dia.
Em depoimento, Roberto confessou que a arma que utilizou não tinha registro e foi adquirida depois que a família foi vítima de um assalto meses antes.
Adiamentos
Inicialmente, o julgamento estava previsto para abril, mas foi adiado após o advogado de defesa apresentar um atestado médico. Remarcado para 17 maio, foi adiado novamente após um novo atestado ser apresentado pelo advogado.
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