A mistura de álcool e direção causa, em média, 1,2 morte por hora no Brasil, segundo dados divulgados pelo Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA), nesta segunda-feira (19), dia que a Lei Seca completa 15 anos em vigor.
A lei impôs medidas mais rígidas em relação ao consumo de álcool por motoristas. O país é uma das poucas nações do mundo a adotar uma política de tolerância zero para aqueles que dirigem alcoolizados ou sob o efeito de substâncias psicoativas.
Lei Seca combate mistura de álcool e direção
A pesquisa mostra que, entre 2010 e 2021, o número de mortes no trânsito causadas por álcool caiu 32%, entretanto, as internações aumentaram 34% no mesmo período.
Levando em consideração apenas 2021, foram 75.983 internações e 10.887 mortes em decorrência da mistura de álcool e direção, o equivalente a 1,2 mil mortes por hora.
Os dados mais recentes do Datasus, do Ministério da Saúde, ainda apontam que as pessoas do sexo masculino representam 85% das internações e 89% das mortes. Já em relação à faixa etária, a população entre 18 e 34 anos é a mais afetada.
Apesar de alarmante, a taxa de mortalidade por 100 mil habitantes em 2021 apresentou uma redução de 32% em relação a 2010, período em que a Lei Seca tinha apenas dois anos. Durante esse intervalo, o número de óbitos caiu de sete para cinco por 100 mil habitantes.
“Ter uma legislação que proíba álcool e direção é uma das estratégias mais eficazes para diminuir acidentes de trânsito no mundo e o fato de que eles vêm perdendo consideravelmente sua letalidade no Brasil é muito positivo”, disse o psiquiatra e presidente do CISA, Arthur Guerra.
Mesmo com a lei mais severa, a pesquisa ainda revela de 5,4% dos brasileiros relataram dirigir após beber; o índice mostra estabilidade.
Estados
Levando em consideração os estados brasileiros, 17 registraram índices de mortalidade superior à taxa nacional de 2021 e Goiás está entre eles, segundo dados do Cisa.
Tocantins foi o estado que apresentou a maior taxa de mortalidade, com 11,8 óbitos a cada 100 mil habitantes, em seguida está Mato Grosso (11,5), Piauí (9,3) Rondônia (8,4) e Mato Grosso do Sul (7,8). Goiás aparece na sexta posição, com 7,7 mortes por 100 mil habitantes.
Em relação as hospitalizações, o Piauí desponta no ranking, com 85,2 mil internações para cada 100 mil habitantes. Em seguida aparece o Espírito Santo (72,7), Mato Grosso do Sul (62,5), Rondônia (61,4) e Tocantins (61,1). Goiás também ocupa a sexta posição, com 58,1 internações a cada 100 mil habitantes.