Um vereador do município de Campos Belos, localizado no noroeste de Goiás, fez uma declaração controversa sobre a greve dos professores na cidade. A fala aconteceu na última segunda-feira (12/6).
De acordo com o parlamentar, a mobilização da classe, que reivindica o pagamento do piso salarial nacional dos profissionais do município, é um “show de burrice”.
Greve de professores em Campos Belos
O discurso do vereador Antônio Ferreira Ramos (PSD), conhecido como Toni Bilú, ocorreu durante uma sessão ordinária da Câmara Municipal de Campos Belos onde se era debatido a proposta do prefeito Pablo Geovanni Moreira Batista (PSD), de um reajuste salarial de 6% à classe.
Na ocasião, Bilú foi convidado a falar, momento esse que criticou o fato dos professores se afastarem das salas de aula para conseguir o piso salarial nacional.
“Fico triste em ser eleito em uma cidade onde quem diz que ensina, não está ensinando. Que coisa mais absurda. Quem diz que ensina, nesse momento dá um show de burrice”, disse.
Em seu discurso, ele cita como exemplo os professores de sua “época”. Segundo ele, os mesmos “jamais virariam as costas para o aluno pobre” e ainda classifica o ato como “maldade”.
O Portal Dia entrou em contato com o vereador citado para comentar o assunto. A Prefeitura de Campos Belos e a Secretaria de Educação do município também foi procurada, mas até o fechamento desta matéria ninguém retornou.
Repercurssão entre os professores
De acordo com a professora Luciana Nogueira, a greve começou na última segunda-feira (12), mesmo dia da declaração do vereador, e termina nesta sexta-feira (16).
Ela explica que a mobilização está sendo feita para pressionar o prefeito a cumprir a lei do piso nacional, que não está sendo paga. O prefeito chegou a oferecer um aumento de 6%, no entanto, segundo ela, o município deve 31%.
“Nós temos o direito ao piso e de fazer greve caso ele não seja garantido. Nós estamos em greve, fizemos carreatas e nos vestimos todos de preto. Então, o vereador chamou isso de show de burrice, ou seja, é assim que ele vê essa luta por direitos que nós estamos fazendo. Isso é um desrespeito, pois ele é uma pessoa de opinião pública e acaba desvalorizando nossa imagem e o movimento”, defende.