O ginecologista Nicodemos Júnior Estanislau Morais foi condenado a 277 anos de prisão pela prática do crime de estupro de vulnerável contra 21 mulheres, em Anápolis, a 55 km de Goiânia.
Nas sentenças, a juíza Lígia Nunes de Paula descreve os relatos das vítimas, que viveram momentos de tormento e abusos durante consultas e procedimentos com o médico.
Tudo que as vítimas sofreram com o ginecologista
Durante as investigações, diversas vítimas foram ouvidas e muitas delas relataram toques indesejados e conversas inapropriadas por parte do médico.
Uma das vítimas relatou que, durante uma consulta, o médico parecia a estar masturbando e ele chegou a dizer que sentiu prazer. “Eu nem tirei a roupa e já estou quase gozando”.
Outra vítima contou à justiça que foi alertada pela recepcionista das brincadeiras desagradáveis do médico com as pacientes. No consultório, a paciente se surpreendeu com as perguntas feitas.
“Ele perguntou se eu tinha um amante, se eu tinha coragem de ter, se eu me tocava, se eu conhecia o meu corpo, se eu já fiz sexo anal, como é que era o tamanho do pênis do meu esposo”.
Um outra paciente também relatou que viveu momentos desagradáveis durante um exame de mama e ginecológico. O médico teria apalpado e elogiado os seios da vítima, além de fazer comentários sobre a vida sexual dela.
“Durante o exame disse que meu hímen não tinha sido completamente rompido. Eu perguntei por que e ele disse: ‘porque você está se relacionando com homens que têm o pinto torto’.
Entre as vítimas há também uma adolescente, de 15 anos, que sempre era acompanhada pela mãe. Entretanto, em determinada consulta, ele pediu para ficar sozinho com a menor e disse para ela tirar a roupa. Na mesma consulta, ele também teria mostrado quadrinhos pornográficos para a menina.
“Eu deitei na maca e ele começou a falar sobre ponto G, acariciar, explicar, falar sobre orgasmo… Ai ele levantou, veio na minha frente e colocou a minha mão no órgão genital dele.”, contou a adolescente.
Em outro relato, a vítima contou que teve uma consulta com o médico, mas depois o procurou nas redes sociais para esclarecer uma dúvida, momento que recebeu uma resposta com insinuação sexual.
Outra paciente conta precisou de acompanhamento com o médico após o parto, por causa de problemas hormonais. Entretanto, em uma das consultas ela afirma que ele teve conversas inadequadas, mostrou sites pornográficos e brinquedos eróticos.
O advogado do acusado informou que vai recorrer da decisão de condenação.
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