A Polícia Civil do Rio de Janeiro instaurou uma investigação para apurar a conduta das influenciadoras que divulgaram vídeos no TikTok, nos quais são vistas entregando uma banana, um macaco de pelúcia e até dinheiro para crianças negras.
O caso veio à tona, nesta terça-feira (31/5), após a advogada Fayda Belo, especialista em direito antidiscriminatório, denunciar o caso nas redes sociais.
Polícia investiga influencers que entregaram banana e macaco a crianças
▪️ Nos vídeos, as influenciadoras Kerollen Cunha e Nancy Gonçalves, mãe e filha, abordam crianças nas ruas e pedem que escolham entre um presente e dinheiro.
▪️ Em dois casos específicos, quando as crianças escolhem o presente, ambas negras, uma delas recebe uma banana e a outra um macaco de pelúcia. Veja:
▪️ Nas redes sociais, Fayda Belo classifica a conduta das influenciadoras como “racismo recreativo”, que se refere à prática disfarçada de humor em que alguém utiliza “discriminação contra pessoas negras com o objetivo de entretenimento”.
▪️ Os investigadores vão examinar os vídeos compartilhados por Kerollen e Nancy, a fim de determinar se as influenciadoras cometeram crimes de racismo ou injúria racial, além de verificar se infringiram o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
▪️ As duas, que possuem uma conta conjunta nas redes sociais, somam mais de 1 milhão de seguidores no Instagram e 13 milhões de inscritos no Tiktok.
▪️ Não há informações sobre o local exato dos registros, mas Kérollen e Nancy usualmente gravam em Niterói e em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
Outro caso
▪️ Kerollen Cunha e Nancy Gonçalves já enfrentaram acusações de racismo anteriormente nas redes sociais. Em 2021, elas gravaram um vídeo humilhando um motorista de carro.
▪️ No vídeo, elas alegaram que o veículo estava com um “cheiro podre” e atribuíram o odor ao cabelo do motorista.
▪️ A publicação original foi excluída das redes sociais da dupla. Essa gravação gerou várias acusações de racismo nas redes sociais contra as duas.
▪️ Na época, elas também publicaram um vídeo para se explicar, argumentando que tudo não passou de uma brincadeira, uma “trollagem” com o motorista.
O que diz a nota das influenciadoras
Em um comunicado divulgado por sua assessoria jurídica, a dupla afirmou que não tinha a intenção de fazer referência a questões raciais ou discriminação de minorias no vídeo.
“Sendo assim, gostariam de se dirigir às pessoas que se sentiram diretamente atingidas, para dizer que não tivemos intenção de as ofender individualmente, nem como gênero, etnia, classe ou categoria a que elas pertençam”, diz um trecho da nota.