Começou, nesta terça-feira (30/5) o julgamento dos acusados de matar dois advogados a tiros em dezembro de 2020, em Goiânia.
O júri popular acontece no Fórum Cível de Goiânia, no Parque Lozandes e tem previsão de durar, pelo menos, três dias. Na ocasião, três pessoas estão sendo julgadas por envolvimento no crime.
Acusados de matar advogados vão a júri popular
▪️ O julgamento que começou nesta terça-feira (30) vai determinar a responsabilidade, seja ela culpa ou inocência, do fazendeiro Nei Castelli, do empresário Cosme Lompa e de Hélica Ribeiro, que era namorada do atirador Pedro Henrique Soares, que já foi condenado por assassinar os advogados em um escritório localizado no setor Aeroporto.
▪️ Cada um deles enfrenta acusações específicas relacionadas ao crime que resultou na morte dos advogados Marcus Aprígio Chaves, de 41 anos, e Frank Alessandro Carvalhaes, de 47 anos.
▪️ Nei Castelli é acusado de ser o mandante, Cosme Lompa de ser o intermediário e Hélica Ribeiro, de ser a favorecedora nesse caso.
▪️ A motivação do crime seria uma disputa de terras localizadas na divisa entre Goiás e Bahia, com valor estimado de R$ 46 milhões.
▪️ Os advogados Marcus Aprígio Chaves e Frank Alessandro Carvalhaes haviam obtido uma vitória judicial nesse caso, o que resultaria em honorários sucumbenciais no valor de R$ 4,6 milhões para a dupla.
Desdobramentos desta terça-feira (30)
▪️ O Ministério Público (MP) atua como acusador, enquanto a defesa representa os acusados no julgamento.
▪️ Duas testemunhas foram ouvidas: Luciano Maffra, agropecuarista e padrinho de casamento de Marcus Aprígio (advogado assassinado), e Rhaniel Almeida, delegado da Polícia Civil encarregado do inquérito criminal.
▪️ A acusação questionou a defesa sobre um print de conversa entre Maffra e Marcus Aprígio, no qual o agropecuarista menciona um “meme” enviado pelo advogado, mas brinca que só acharia graça e até “soltaria foguetes” se fosse um meme mostrando Castelli (suposto mandante do crime) em uma situação ruim.
▪️ Em outro print de conversa apresentado pela acusação, Aprígio revela a Maffra seu medo de ser morto por Castelli, mencionando que o mesmo teria ordenado sua morte e questionando se eles também tentariam matá-lo.
▪️ Maffra afirmou durante seu depoimento que já havia sofrido duas supostas ameaças de morte por parte da família Castelli.
▪️ Ele alegou que, em uma dessas ocasiões, um suposto pistoleiro contratado para matá-lo o procurou e revelou que receberia R$ 300 mil pelo crime, mas desistiu de executá-lo por conhecer Maffra desde a infância.
▪️ Durante seu depoimento, Maffra afirmou que as supostas ameaças feitas pelos Castelli contra ele estavam relacionadas a uma disputa por sobreposição de terras.
▪️ A defesa de Nei Castelli questionou Maffra sobre o motivo pelo qual ele não registrou uma ocorrência na época das ameaças. Maffra respondeu que foi orientado por um amigo policial de que seria difícil denunciar uma ameaça sem ter o nome do possível autor.
Segunda testemunha ouvida
▪️ Rhaniel Almeida, delegado responsável pela investigação, foi a segunda testemunha a depor e forneceu detalhes sobre a investigação que levou aos nomes de Nei Castelli e Cosme Lompa como responsáveis pelo assassinato de Marcus Aprígio e Frank Alessandro.
▪️ Segundo o delegado, a Polícia Civil concluiu que Cosme Lompa indicou Pedro Henrique Soares para cometer o crime após ser contatado por Castelli.
▪️ Pedro Henrique, por sua vez, recrutou Jaberson Gomes para ajudá-lo. Eles fingiram ser clientes e foram até o escritório dos advogados, localizado no setor Aeroporto, onde os mataram e roubaram uma quantia de R$ 2 mil.
▪️ Almeida relatou que a investigação revelou que Lompa buscou Pedro Henrique e Jaberson no Tocantins e os levou para Goiânia, além de ter custeado todas as despesas dos dois na capital.
▪️ O delegado afirmou ter ouvido de Lompa que o empresário se reuniu com Castelli e Pedro Henrique antes do crime.
▪️ Ele descartou a hipótese de latrocínio, pois ficou claro para a investigação que o objetivo era o assassinato e não o roubo.
▪️ No entanto, Almeida mencionou que, embora tenha sido constatado que Hélica Ribeiro sabia que seu namorado estava indo para Goiânia para cometer um crime grave que renderia dinheiro, ela não tinha conhecimento de que se tratava de um homicídio e não participou diretamente dele.
▪️ Segundo a testemunha, Hélica teria apenas favorecido Pedro Henrique, oferecendo-lhe abrigo em sua casa após o crime, já sabendo o que ele havia feito.
▪️ Além disso, ela cumpriu a ordem de uma advogada relacionada a Pedro Henrique para buscar a quantia de R$ 10 mil na propriedade de Cosme Lompa após o assassinato dos advogados.
▪️ Conforme Almeida, Hélica teria ficado com R$ 5 mil dessa quantia.