A Polícia Civil de Goiás (PCGO) deflagrou, nesta sexta-feira (26/5), a Operação Puerperium, que investiga médicos por cobrança indevida de procedimentos cobertos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Há suspeita de que os médicos tenham lucrado mais de R$ 1 milhão com as cobranças, considerando os valores atualizados.
Como acontecia a cobrança indevida de procedimentos cobertos pelo SUS
▪️ No total, oito mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos contra os investigados em Goiânia. Na casa de um dos suspeitos a polícia encontrou uma mala cheia de dinheiro.
▪️ Como não tiveram os nomes divulgados, o Portal Dia não conseguiu contato com a defesa até a última atualização desta reportagem.
▪️ De acordo com a Polícia Civil, há indícios de que os suspeitos cobravam para fazer partos cesarianos em pacientes de baixa renda internadas pelo SUS.
“A fraude consistia no recebimento do pagamento pela autorização de internação, instrumento de registro utilizado por todos os gestores e prestadores de serviços, da paciente gestante internada pelo SUS”, informou a PCGO em comunicado.
▪️ Conforme apontam as investigações, os médicos cobravam entre R$ 1,8 mil e R$ 2,8 mil, que poderiam ser pagos à vista ou parcelados, mas que deveriam ser quitados até a data do parto. Os valores eram destinados supostamente para custear o procedimento e acomodação em leitos da enfermaria.
Outras fraudes
▪️ A Polícia Civil ainda encontrou indícios de que os médicos também cobravam por outros procedimentos, como angioplastia coronária, com a colocação de “stent” farmacológico.
▪️ Neste caso, o paciente era encaminhado pela rede municipal de saúde, com autorização de internação já expedida pela rede pública para tratamento de arritmia no hospital conveniado.
▪️ Entretanto, no local o médico informava que o SUS não cobria a colocação de “stent” farmacológico e cobrava pela realização do procedimento.
▪️ Segundo a polícia, em outros casos, os suspeitos cobravam da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) por supostos procedimentos cardiológicos realizados em pacientes atendidos pelo SUS. Para isso, um mesmo laudo de eletrocardiograma era apresentado para dois pacientes diferentes.
▪️ Segundo a corporação, os crimes aconteceram entre 2014 e 2016 em um hospital particular já extinto na região noroeste de Goiânia, que possuía convênio com o SUS. No total, seis médicos são investigados suspeitos de envolvimento no crime.
▪️ Até o momento, mais de 600 vítimas foram identificadas, das quais 216 foram ouvidas, até o momento.
▪️ Diante dos fatos, os médicos foram autuados por corrupção e falsidade ideológica e são investigados por concussão, falsidade ideológica e associação criminosa.