O julgamento dos três policiais militares (PMs) acusados de matar o adolescente Roberto Campos da Silva, conhecido como Robertinho, foi adiado novamente. O júri popular estava programado para acontecer nesta quarta-feira (17).
Os militares envolvidos são acusados da morte do adolescente e também da tentativa de homicídio contra o pai da vítima, Roberto Lourenço da Silva, de 42 anos.
Adiamento do julgamento de PMs acusados de matar Robertinho
▪️ O júri estava marcado para o dia 17 de abril, há exatos seis anos do crime. Entretanto, foi adiado depois que o advogado de um dos acusados apresentou um atestado médico.
▪️ O júri então foi remarcado para esta quarta-feira (17), mas foi adiado novamente depois que o advogado apresentou um novo atestado médico, alegando que se machucou durante o fim de semana.
▪️ Segundo o juiz Lourival Machado, o atestado tem duração de 15 dias, mas o advogado participou de um outro julgamento na última segunda-feira (15).
▪️ Além disso, a clínica que emitiu o documento será intimada para apresentar o prontuário dentro de 24 horas. Caso contrário, o magistrado pode emitir um mandado de busca e apreensão contra o advogado.
▪️ O magistrado salientou ainda que os réus têm 10 dias para constituir a nova defesa, decidindo se vão manter ou trocar os advogados. Caso nenhum advogado seja apontado, a Justiça vai designar um defensor público.
“Intime-se o Diretor da clínica para juntar o prontuário médico do defensor dos acusados no prazo de 24 horas. Fixo aos réus o prazo de 10 dias para constituírem novo defensor, em razão do seu não comparecimento sem justificativa, o que caracteriza abandono processual, haja vista o indeferimento dos pedidos de adiamento, e transcorrido o prazo assinado, sem manifestação dos réus, intime-se a Defensoria Pública para patrocinar a defesa.”, diz trecho da decisão judicial.
▪️ Esta é a quinta vez que o julgamento foi adiado. Agora, o julgamento foi remarcado para o dia 26 de junho.
Relembre
▪️ O crime aconteceu no dia 17 de abril de 2017, quando os policiais invadiram a casa da família sem identificação adequada, alegando investigação de posse ilegal de arma de fogo.
▪️ Durante a ação, os PMs dispararam diversas vezes, atingindo o adolescente com mais de dez tiros e seu pai com cinco.
▪️ Robertinho não resistiu aos ferimentos e morreu ainda no local. Já o pai dele foi levado para o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) e recebeu alta dias depois. Entretanto, ele ainda tem projéteis que não foram retirados do corpo.
▪️ À época, o pai de Robertinho tinha comprado uma arma, pois a família tinha sido vítima de um assalto há três meses. Eles foram feitos reféns e tiveram o carro roubado.
▪️ Os policiais envolvidos sempre alegaram que agiram em legítima defesa. Além disso, eles informaram que receberam denúncias que na casa das vítimas funcionava um ponto de tráfico de drogas.
▪️ Eles podem ser condenados por tentativa de homicídio, homicídio triplamente qualificado, abuso de autoridade e fraude processual.