A maternidade pode ser um dos momentos mais marcantes da vida de uma mulher, ou não. Ter filhos ou não ter é uma decisão individual e ela deve ser respeitada.
Adoção, tipo de parto, planejamento, idade e amamentação são escolhas que permeiam a vida de quem decidiu ser mãe. Afinal, a jornada não é fácil e muitas vezes cheia de julgamentos.
Direto de escolha
Parto
▪️ “Escolhas”. Palavra que está atrelada à maternidade. Mas o parto é, sem dúvidas, um dos momentos mais julgados de quem decidiu ser mãe.
▪️ Afinal, de quem é a escolha de qual é o melhor tipo de parto?
▪️ Desde a gravidez a mãe tem o direito de escolher qual tipo de parto pretende ter, seja natural, cesárea ou humanizado. Independente da via, ele precisa ser respeitoso e seguro, para a mãe e o bebê.
▪️ Entretanto, não foi o que aconteceu com uma auxiliar de cozinha Regina, que viveu uma gravidez cheia de fragilidades e não teve sua escolha respeitada no momento do parto.
▪️ Sozinha, desamparada e perdida. Foi assim que ela se sentiu quando disseram que ela precisava ‘tirar o bebê’ e não deixaram que seus pais ou marido a acompanhasse.
“Eu escutei que a minha bacia era pequena e que as chances de conseguir um parto natural seriam poucas. A médica olhou para mim e disse: ‘bora lá tirar’. Na mesa de cirurgia eu chorava, vomitei de dor, estava com medo e sozinha. Os médicos conversaram assuntos triviais, como se ali não tivesse uma mulher prestes a ter um filho.”
▪️ A mãe recém-nascida ficou com uma marca para a vida, que vai além do corte da cesárea.
“Tenho a cicatriz de um nascimento não respeitoso com a mãe e o bebê”.
▪️ Hoje, mais de 20 anos após o primeiro parto, ela conta que teve momentos diferentes nas outras duas gestações, com consciência do seu corpo e de onde poderia chegar. “Sou uma mãe empoderada.”.
Amamentação
▪️ Após o parto, uma nova luta começa: a amamentação. O Ministério da Saúde recomenda a amamentação até os 2 anos de idade ou mais e, de forma exclusiva, nos seis primeiros meses de vida.
▪️ O momento que muitas vezes é romantizado, pode ser doloroso e cheio de complicações. Afinal, de quem é a escolha de amamentar?
▪️ A amamentação é um ato de amor e conexão profunda entre mãe e filho. É uma escolha pessoal e única, que cabe exclusivamente à mãe decidir. Entretanto, não é fácil.
▪️ Baixa produção de leite, pega incorreta e mastite são alguns dos problemas que podem tornar a amamentação um processo doloroso. Com isso, vem o julgamento.
▪️ É o que aconteceu com a dona de casa Maria, que sofreu na amamentação, mas o julgamento foi mais doloroso que o processo.
“Eu tive baixa produção de leite e queria muito continuar amamentando meu filho, mas as pessoas diziam que eu não era capaz, que eu era seca e meu filho ia crescer sem todos os nutrientes”.
▪️ A mesma dificuldade de adaptação foi compartilhada pela influenciadora Viih Tube, que falou no programa Mais Você, com Ana Maria Braga, sobre a amamentação da filha, Lua.
“São vários desafios. O primeiro desafio foi a dor, ter que lidar com a dor da pega. É tudo muito novo, tanto pra mim quanto pra ela. A dor e as fissuras, meu peito fissurou muito. O segundo foi aumentar a produção de leite. Hoje posso dizer que amamento super bem, sem dor nenhuma, é muito prazeroso.”, disse em entrevista.
▪️ Na internet, tudo esse julgamento se potencializa. Viih conta que teve medo de mostrar a filha e teve que lidar com os haters.
“Na gravidez, passei por alguns períodos de [ataques de] hater, você fica mais sensível. Eu falei: ‘meu Deus, quando a Lua nascer eu não posso ficar abalada emocionalmente, preciso estar bem pra receber minha filha’, disse à Ana Maria Braga.
Adoção
▪️ Ser mãe vai além da gestação e, muitas vezes, a adoção é a decisão daquelas que optaram ou não podem carregar um filho em seu ventre.
▪️ Mas afinal, de quem é a escolha de adotar ou gestar?
▪️ Assim como todas as outras questões que envolvem a maternidade, a decisão é exclusivamente da mãe.
▪️ Muito antes de saber que não poderia gerar, Alessandra, 45 anos, já pensava em adotar. E também sofreu julgamentos pela decisão.
“Eu ouvia as pessoas perguntando se eu estava brincando, dizendo pra eu adotar um bebê, pois era melhor. Até falaram para eu adotar um que se parecesse comigo”.
▪️ Alessandra conta que decidiu ainda nova que queria ser mãe adotiva e não era confortável com a ideia de gerar um filho. Aos 22 anos ela se casou e, juntamente com o marido, foram em busca dos filhos.
▪️ Vieram três irmãos, já na adolescência. E, novamente, o preconceito e julgamentos se fizeram presentes na vida da família.
“As pessoas ficavam perguntando se ‘peguei pra criar’, se eu não tinha medo de ter pessoas completamente estranhas dentro da minha casa.” disse.
▪️ Alessandra enfatiza que aprendeu a lidar com os julgamentos e que hoje entende que ser mãe vai muito além da gravidez.
“Gravidez não me faz mãe. A adoção me mostrou que o que me faz mãe é ter filhos”.
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