O Poder Judiciário goiano recebeu, nesta terça-feira (9/5) a denúncia do Ministério Público de Goiás (MPGO) sobre a operação Penalidade Máxima, que acusa 16 pessoas, entre cooptadores e jogadores, por manipulação de resultados de partidas de futebol.
As partidas em questão foram realizadas em três competições diferentes, sendo oito jogos no Campeonato Brasileiro da Série A de 2022, um jogo na Série B de 2022 e quatro jogos em campeonatos estaduais realizados em 2023.
Segunda fase da operação Penalidade Máxima
Na denúncia, o MPGO detalha 23 fatos criminosos ocorridos em partidas de futebol, nos quais jogadores teriam se comprometido a cometer faltas para receber cartões e cometer pênaltis.
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São mais de 100 páginas, que incluem prints de conversas e transcrições de áudios entre os denunciados. O objetivo era manipular os resultados dos jogos para obter ganhos financeiros com apostas.
“Trata-se de atuação especializada visando ao aliciamento e cooptação de atletas profissionais para, mediante contraprestação financeira, assegurar a prática de determinados eventos em partidas oficiais de futebol”, descrevem os promotores.
O esquema
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▪️ De acordo com o documento apresentado pelo MPGO, a organização criminosa era composta por pelo menos nove aliciadores que abordavam jogadores com o intuito de manipular determinados eventos durante as partidas, tais como faltas, escanteios e até mesmo o placar de derrota de um time no intervalo da partida.
▪️ Seis pessoas que aliciaram serão responsabilizadas pelos delitos descritos no Estatuto do Torcedor, o qual estabelece que “oferecer ou prometer vantagem financeira ou não financeira com o objetivo de manipular ou distorcer o resultado de uma competição esportiva” é crime. A pena é de dois a seis anos de prisão, além de multa.
▪️ Além disso, três aliciadores específicos responderão por organização criminosa, podendo pegar de três a oito anos de prisão e multa.
▪️ As investigações também apontam o envolvimento de sete jogadores de diversos times do futebol brasileiro, incluindo Santos, Juventude, Chapecoense, Cuiabá, Sport, Náutico, Operário-PR, São Bernardo e Sergipe.
▪️ Esses jogadores foram cooptados pela organização criminosa para praticar atos ilícitos durante as partidas em troca de pagamento em dinheiro.
▪️ Os investigados solicitavam aos jogadores tais condutas com o intuito de obter grandes lucros em apostas feitas em sites de casas esportivas.
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▪️ Eles devem responder por “aceitar vantagens para alterar ou falsear o resultado de competição esportiva .A pena também é de dois a seis anos de prisão, além de multa.
Jogos investigados
- Palmeiras X Juventude (10.09.2022)
- Juventude X Fortaleza (17.09.2022)
- Goiás X Juventude (05.11.2022)
- Ceará X Cuiabá (16.10.2022)
- Sport X Operário (PR) (28.10.2022)
- Red Bull Bragantino X América (MG) (05.11.2022)
- Santos X Avaí (05.11.2022)
- Botafogo X Santos (10.11.2022)
- Palmeiras X Cuiabá (06.11.2022)
- Red Bull Bragantino X Portuguesa (SP) (21.1.2023)
- Guarani X Portuguesa (SP) (08.02.2023)
- Bento Gonçalves X Novo Hamburgo (11.02.2023)
- Caxias X São Luiz (RS) (12.02.2023)
Algumas partidas seguem em investigação em outro procedimento criminal, Luverdense x Operário de Várzea Grande (MT) e Goiás x Goiânia.