O presidente da Comissão Especial de Inquérito (CEI) que investiga supostas irregularidades na Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), vereador Ronilson Reis (PMB), revelou que empresários acusados de fraudes na companhia no passado, conseguiram obter novos contratos na Comurg. A declaração foi dada na última segunda-feira (24/4).
Na ocasião, a pregoeira responsável pelos processos de licitação da companhia, Hendy Adriana Barbosa, foi ouvida. Reis questionou se Hendy tinha conhecimento sobre três empresários condenados por corrupção em negócios com a Comurg e que ainda mantêm negócios com a empresa.
“Esta comissão tem informações de que, no passado, empresários saíram presos da Comurg e, hoje, atuam na surdina com novas empresas”, afirmou o presidente da CEI.
Hendy disse não conhecer os empresários ou empresas citadas. Ela explicou que conduziu inúmeros pregões nos últimos anos e que pode ter sido pregoeira em algum momento em que os empresários participaram, mas que não se lembra do nome de nenhum.
“Se as empresas puderam participar, é porque não havia nenhuma vedação contra elas. É um sistema nacional e nele aparecem todos os impedimentos e sanções de cada empresa participante”, defendeu Hendy.
Relator questiona pregoeira sobre contratos na Comurg superfaturados
O relator da CEI, vereador Thialu Guiotti (Avante), questionou a pregoeira Hendy se ela tinha conhecimento sobre o contrato com uma empresa de tecnologia, que inicialmente era de R$11 milhões e, depois, passou para quase R$20 milhões.
▪️Hendy confirmou que o pregão eletrônico foi realizado em presidência, fornecendo o número – 025/2022 -, mas não soube informar o nome da empresa ou de qual cidade ela era.
▪️Quando perguntada se houve concorrência, Hendy explicou que apenas três empresas participaram, pois se tratava de um pregão com objeto mais específico, que costuma ter menos empresas participantes.
▪️Por sua vez, o vereador Welton Lemos (Podemos) indagou quanto tempo, em média, leva a realização de um processo licitatório, bem como o tempo que levou o procedimento do contrato 007/2022, no valor de R$171 milhões, para compra de combustíveis.
▪️Embora tenha atuado como pregoeira nesse contrato, Hendy não soube informar a duração do processo. Segundo ela, alguns processos licitatórios correm mais rápido devido à necessidade, à quantidade de itens envolvidos, à complexidade do termo de referência e à rapidez da cotação ou se dependem de terceiros.
Ela esclareceu que, nesse caso específico, a cotação não dependia de terceiros, uma vez que era utilizada a tabela da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).