27 de março de 2023. Dia que o Brasil registrou, novamente, mais ataques em escolas, desta vez, na cidade de São Paulo. Um aluno e quatro professoras foram esfaqueados, sendo que uma das educadoras morreu no Hospital Universitário da USP.
O episódio trágico trouxe à tona novamente a discussão sobre a violência nas escolas e os desafios enfrentados pelas instituições de ensino para garantir a segurança dos alunos e funcionários.
Infelizmente, essa não é a primeira vez que o país vive uma situação como essa. Ao longo dos anos, diversas escolas brasileiras, inclusive em Goiânia, foram palco de cenas de terror, que deixaram marcas profundas na história da educação do país.
Ataques em escolas no Brasil
1- Realengo (2011)
Em abril de 2011, o Brasil foi abalado por um dos episódios mais violentos da história do país. Na cidade do Rio de Janeiro, um ex-aluno invadiu o Colégio Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, e disparou tiros contra estudantes. O massacre resultou em 12 mortos e 13 feridos.
O assassino, que tirou a própria vida após a ação, tinha histórico de depressão e teria se inspirado em outros massacres ocorridos nos Estados Unidos.
2- Goiânia (2017)
No dia 20 de outubro de 2017, a cidade de Goiânia, foi palco de um dos mais chocantes massacres em escolas no Brasil. O ataque aconteceu no Colégio Goyases, onde um adolescente de 14 anos, que estudava no oitavo ano, atirou contra seus colegas de classe, matando dois e deixando outros quatro feridos. Uma das vítimas ficou paraplégica.
O autor dos disparos era filho de um casal de policiais militares e, segundo as investigações, havia pegado a arma da mãe sem autorização. Ele entrou na sala de aula, atirando de forma aleatória contra os colegas, antes de ser contido por um professor.
O crime, segundo o adolescente, teria sido motivado por bullying, pois os colegas de classe disseram que ele era “fedorento’.
3- Medianeira (2018)
Em setembro de 2018, um ataque ocorreu no Colégio Estadual João Manoel Mondrone, localizado na cidade de Medianeira, no Paraná. Um estudante de 15 anos, armado com um revólver, entrou na instituição e efetuou disparos, deixando dois estudantes feridos.
Segundo relatou a polícia à época, o autor afirmou que teria sido vítima de bullying na escola e tinha uma lista com os alvos.
“Seus filhos me humilharam, me ameaçaram, me expuseram de uma maneira que não tem mais perdão” disse em vídeo gravado antes do ataque.
4- Suzano (2019)
Em março de 2019, o Brasil foi surpreendido por mais um episódio de violência dentro de uma escola. Na cidade de Suzano, em São Paulo, dois ex-alunos invadiram o Colégio Estadual Professor Raul Brasil e atiraram contra estudantes e funcionários. Ação resultou em 10 mortos e 11 feridos.
Os dois assassinos, que também morreram na ação, planejaram o ataque com antecedência e utilizaram armas de fogo, facas e uma machadinha para cometer os crimes.
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5- Caraí (2019)
Em novembro de 2019, um estudante de 17 anos invadiu a escola estadual Orlando Tavares, que fica no distrito de Ponto de Marambaia, na zona rural da cidade.
Armado com um facão e uma garrucha, o estudante pulou o muro da escola e invadiu uma das salas de aula. Ele feriu dois colegas, sendo que um foi atingido por um tiro no pescoço e outro com golpes de facão nos braços.
6 – Saudades (2021)
Em maio de 2021, um ataque chocou a cidade de Saudades, localizada em Santa Catarina. Um jovem de 18 anos invadiu uma escola do ensino primário e atacou alunos e funcionários com um facão. O resultado foi trágico: três crianças e duas professoras foram mortas, além de outras ficarem feridas.
Após o ataque, o autor do crime tentou se suicidar, mas foi impedido pela polícia. Ele foi preso e responde por cinco homicídios qualificados e 14 tentativas de homicídio.
7 – Morro do Chapéu (2022)
No dia 27 de setembro de 2022, um adolescente de 13 anos atacou a Escola Municipal Yeda Barradas Carneiro, na cidade de Morro do Chapéu, na Chapada Diamantina, na Bahia.
O adolescente, que estudava na instituição de ensino, invadiu o local e atirou explosivos caseiros do tipo coquetel molotov, que causaram chamas. Além disso, ele também feriu a diretora com uma faca. Ele respondeu por ato infracional análogo ao crime de lesão corporal leve.
8 – Barreiras (2022)
Em setembro de 2022, na cidade de Barreiras, a 875 km de Salvador, um adolescente de 14 anos invadiu uma escola portando um revólver e armas brancas, atirando contra estudantes e matando uma aluna cadeirante de 19 anos. O autor dos disparos também era estudante do local.
Antes do ataque, o adolescente publicou em uma rede social dizendo o que ia fazer. “Irá acontecer daqui quatro horas e eu estou bem de boa. Estou tão calmo, nem parece que irei aparecer em todos os jornais.”.
Dias antes do ataque, o garoto havia postado uma carta de despedida e mensagens em que indicava que o dia do massacre estava próximo e que ele estaria morto em breve.
9 – Aracruz (2022)
No dia 25 de novembro do ano passado, duas escolas em Aracruz, Espírito Santo, foram alvo de ataques com armas de fogo, resultando em quatro mortes e dez feridos.
A Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEFM) Primo Bitti e a escola particular Centro Educacional Praia de Coqueiral (CEPC), ambas localizadas no bairro Coqueiral, foram as instituições de ensino afetadas pelo ataque.
O atirador conseguiu entrar na primeira escola, a EEFM Primo Bitti, depois de quebrar o cadeado do portão. Ele abriu fogo na sala dos professores, deixando duas professoras mortas e nove feridos.
O atirador seguiu de carro para a segunda escola, onde matou uma criança de 12 anos e deixou duas pessoas feridas.
10 – São Paulo (2023)
A primeira tragédia escolar de 2023 foi registrada no dia 27 de março de 2023, quando uma professora foi esfaqueada por um aluno em uma escola estadual na zona oeste de São Paulo e acabou falecendo. A vítima foi identificada como Elisabeth Tenreiro, de 71 anos. Além dela, outras três professoras e dois alunos também foram vítimas desse terrível episódio.
De acordo com o secretário de Segurança de São Paulo, Guilherme Derrite, ainda não se sabe os motivos que levaram o aluno a cometer tal ato. Entretanto, durante depoimento o estudante demonstrou frieza ao falar do ocorrido, conforme relatou o delegado Marcos Vinícius Reis.