Em Itumbiara, no sul de Goiás, uma explosão ocorrida em uma obra de construção de um shopping e apartamentos gerou uma ‘chuva de pedras’, deixou uma pessoa ferida e danificou diversos carros. O caso aconteceu nesta quarta-feira (8/3).
O objetivo da ação era quebrar pedras para fazer a fundação da obra. Entretanto, diversos problemas foram registrados, causando danos materiais. Algumas pessoas que estavam no local informaram que o barulho da explosão foi alto e que as pedras atingiram estabelecimentos e veículos.
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Imagens mostram que diversos carros tiveram vidros quebrados e a lataria amassada. Além disso, as pedras atingiram o telhado de uma casa, onde uma pessoa foi atingida na cabeça. Ela teve um ferimento leve e, apesar do susto, passa bem.
Empresa responsável por explosão em construção deve arcar com prejuízos
De acordo com a prefeitura, a Agência de Meio Ambiente (Amma) já notificou a empresa responsável para apresentar os documentos do procedimento. Além disso, informou que é responsabilidade da empresa arcar com todos os danos.
Segundo a Polícia Civil, a ação foi considerada irregular e o responsável técnico foi detido. As investigações estão em andamento e a Polícia Técnico-Científica foi acionada para averiguar o tipo de explosivo utilizado. Segundo a empresa, não foram usados explosivos, mas sim, cápsulas de gás.
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Em nota, o Grupo Áquila, responsável pela obra, informou que a empresa possui todas as licenças e autorizações para suas atividades e que a Prefeitura foi informada da ação e enviou um fiscal ao local. (Veja a íntegra abaixo)
Confira a íntegra da nota da prefeitura:
Diante da explosão verificada na tarde desta quarta-feira, dia 08 de março, nas obras do Complexo Áquila, na Avenida Beira Rio, a Prefeitura Municipal de Itumbiara, INFORMA que através da Agência Municipal do Meio Ambiente (AMMAI) NOTIFICOU a empresa responsável pelas obras, para que apresente a documentação sobre o procedimento, o tipo de artefato utilizado, as respectivas autorizações dos órgãos competentes e ARTs dos profissionais envolvidos no fato, para as devidas apurações.
Diante das respostas, a Prefeitura dará prosseguimento nas medidas administrativas cabíveis por parte do município, sem prejuízo das ações de outros órgãos. A empresa responsável comunicou à Prefeitura que irá ressarcir os danos causados aos prejudicados. A Prefeitura deslocou equipes das áreas de Trânsito, Planejamento, Fiscalização e Meio Ambiente para o local, para organização e controle da situação, com interdição do trânsito e preservação do local para realização de pericia.
Nota de esclarecimento da empresa
A empresa lamenta o incidente e vem esclarecer:
1. O desmonte de rochas é um procedimento comum na construção civil e foi regularmente programado. A empresa possui todas as licenças e autorizações para suas atividades. A Prefeitura de Itumbiara foi informada da ação e enviou um fiscal de obras e posturas que acompanhou todo o trabalho, bem como a SMT isolou a rua. Não há necessidade de autorizações ou liberações especiais para esse tipo de procedimento, uma vez que não são usados explosivos, massim, cápsulas de gás para a implosão, segundo as especialistas Montavi e a R&S informaram ao serem contratadas.
2. O trabalho técnico foi executado pela empresa R&S Engenharia Ltda, especialista no mercado em escavações e pela Montavi, especialista em remoção de rochas. Os motivos pelos quais o incidente ocorreu estão sendo investigados e analisados tecnicamente.
3. Durante o procedimento foram utilizadas cápsulas de gás colocadas nos furos na rocha, cobertos por 20 caminhões de terra para atenuação, que se expandiram excessivamente em função da alta umidade da terra, resultando no lançamento de pequenos fragmentos de terra e barro que faziam supressão da área em questão e foram deslocados além da área de segurança delimitada pela equipe de engenharia da empresa especialista responsável pelo processo de expansão de gases.
De acordo com o laudo emitido pela MOTAVI, especialista em procedimentos com cápsulas de gás, e que foi subcontratada pela R&S Engenharia Ltda, para a execução dos serviços, “foi utilizado o produto Pyroblast, classificado como artifício pirotécnico, 1.4 S, homologado no Exército Brasileiro. Produto não explosivo. No acionamento, foi lançado material fora da área de contenção esperada. As principais causas foram a quantidade insuficiente de cobertura de terra e a quantidade de furos acionados, por ser o primeiro acionamento na área. O local por ter água, deixa a terra mais pesada, com maior massa, ela consegue maior aceleração, ocasionando maior lançamento.” Este laudo técnico foi emitido e assinado pelo engenheiro de Minas, Tales Melo Ramos, CREA 189956/D, que está à disposição das autoridades constituídas para análise e verificação
4. A empresa, que segue rigorosamente a legislação vigente, reitera seu compromisso com o controle de seus processos, para que outros incidentes não voltem a ocorrer. Importante ressaltar que a obra possui seguro de risco de engenharia e seguro de responsabilidade civil, o que é padrão da empresa para todas as suas obras.
5. Em respeito à legislação e, principalmente aos cidadãos da cidade de Itumbiara, foi realizado o levantamento de todos os danos materiais provocados nas proximidades de sua obra, e já entrou em contato com quase todas as pessoas envolvidas. TODOS OS DANOS SERÃO REPARADOS. Para aquelas pessoas que ainda não foram contatadas pelos responsáveis por avaliar os prejuízos sofridos com o incidente, o Grupo solicita que entrem em contato pelos canais de atendimento criados especialmente para este caso: e-mail: [email protected] ou celular: (62) 99991 8052
O Grupo Aquila certo de seu papel no desenvolvimento da cidade de Itumbiara, reitera seu compromisso em seguir investindo na construção do mais moderno e inovador complexo residencial, empresarial e de compras da cidade, gerando milhares de empregos diretos e indiretos e proporcionando ainda mais desenvolvimento para a sociedade.
Nota de esclarecimento da R&S Engenharia Ltda
O serviço realizado em Itumbiara/GO foi de desmonte de rochas, com uso de material não explosivo, executado por um dos técnicos da equipe. O material utilizado, é classificado como artifício pirotécnico para fins técnicos, conforme o relatórios técnicos experimentais (RETEXs) realizados pelo Centro de Avaliações do Exército (CAEx).
Quanto ao serviço, foram perfurados 22 (Vinte e dois) furos com diâmetro de 3polegadas, com profundidade média de 2,5 metros e malha utilizada na perfuração de 2 x 2.A coluna de carga foi de 96 centímetros, utilizando duas cápsulas por furo do modelo VI. O tampão, preenchido com material inerte, tinha em média 1,54 metros. Havia presença de água em todos os furos e as cápsulas foram condicionadas para uso nesse ambiente.
Após o carregamento efetuado, os furos foram tamponados, a ligação da malha elétrica dos cabos foram verificadas e a resistência estava com continuidade, dando aprovação para a continuidade do trabalho. Em áreas urbanas, em desmontes com obras civis próximas é indicado o uso de cobertura, que tem o objetivo de diminuir ruido e lançamento de material do desmonte. Nesta obra foi utilizado, terra como material de cobertura, o que é bastante comum nesse tipo de serviço.
Como já informado á área do local estava com muita água, devido as chuvas ocorridas na região nos últimos dias. O material utilizado como cobertura, na presença de água, ganha coesão. No acionado do desmonte, ocorreu o lançamentos do material utilizado como cobertura, pois ele comporta diferente da terra seca. A terra molhada, se torna um “barro”, e este material quando submetido a deslocamento consegue atingir maiores distancias, por ter maior massa e ganhar aceleração.
A coesão entre as partículas da terra não permite que o gás que está aprisionado no furo saia pra superfície com facilidade, como ocorre na terra seca. O material que saiu fora do perímetro da obra, era oriundo do material de cobertura do desmonte, as rochas do maciço, ficaram contidas no local.