Nesta semana, o Fortaleza dará início ao duelo contra o Deportivo Maldonado, do Uruguai, em confronto válido pela segunda fase preliminar da Taça Libertadores da América. Quem avançar ainda terá mais um adversário antes de finalmente chegar na fase de grupos do principal torneio do continente sul-americano. Ao contrário de Nacional e Peñarol, o adversário de Vojvoda e companhia é um uruguaio bastante modesto e que dificilmente será o preferido de todas as casas de apostas.
Debute dos uruguaios
O clube de 94 anos chegou no futebol profissional apenas em 1995, demorando apenas quatro anos para conseguir o acesso para a elite uruguaia. De 99 a 2004, colecionou campanhas modestas na primeira divisão, até que retornou para a segunda. Permaneceu por lá por 15 anos, até conseguir um novo acesso em 2019. De lá pra cá, o projeto decolou e agora o clube desfruta de uma vaga numa competição internacional pela primeira vez em sua história.
O Deportivo Maldonado se tornará a 19ª equipe uruguaia a disputar a Libertadores. É um dos dois clubes uruguaios que estão estreando no torneio na edição de 2023. O outro é o Boston River, que precisou jogar a primeira fase e eliminou o venezuelano Zamora. Curiosamente, o gigante Peñarol não conseguiu vaga no torneio esse ano. Os outros dois representantes charrua serão Nacional e Liverpool.
Passado como “barriga de aluguel”
Muitos já haviam ouvido falar no clube, mas não por nenhum feito dentro de campo. Acontece que os uruguaios, que no final de 2009 fizeram negócio com empresários ingleses e se tornaram Sociedade Anônima Desportiva (SAD), serviram durante todos esses anos como uma espécie de facilitadores para transferências de jogadores. É o caso de Jonathan Calleri, atacante do São Paulo, que foi adquirido por um grupo de empresários em 2016 e registrado junto ao clube uruguaio. A partir dali, foi emprestado para São Paulo, West Ham e diversas equipes espanholas, até retornar para o São Paulo mais uma vez por empréstimo – até que finalmente foi adquirido em definitivo no ano passado.
Esse também já foi o caso de jogadores como o lateral-esquerdo Alex Sandro, o atacante Willian José, o goleiro Gerónimo Rulli, entre outros nomes conhecidos. Acontece que a instituição basicamente servia como ‘laranja’ pelos ingleses, que compraram o clube visando aliviar a cobrança de impostos pagos por investidores que possuem os direitos de transferências dos atletas. Quando comparado ao Brasil, por exemplo, as transferências de jogadores que saem do Uruguai contam com até 40% a menos em impostos. É aí que se faz presente toda a explicação.
Destaque, centroavante experiente já passou pelo Brasil
O time treinado por Fabián Coito, de 55 anos, não conta com nenhum jogador badalado ou de grande projeção. É um elenco bastante modesto, repleto de operários que ainda buscam notoriedade futebolística. A referência técnica é Maximiliano Cantera, camisa 10 de 29 anos, meia-atacante que atuou pelo Nacional em 2021. Dono de uma visão de jogo acima da média, é considerado um dos melhores jogadores do futebol uruguaio.
Quem se destacou ao seu lado na temporada passada foi o experiente atacante Enzo Borges, de 36 anos. O canhoto teve passagens por equipes gaúchas em seu início de carreira: São José (2009), 14 de Julho (2010 e 12) e Rio Grande (2011). Foi o artilheiro da equipe no Clausura 2022 ao marcar sete gols em 15 jogos (sete como titular). O vice-artilheiro Cantera marcou quatro, a efeito de comparação. É válido destacar ainda o ponta argentino Hernán Toledo, de 27 anos, que acumula passagens por equipes importantes como Vélez, Fiorentina, Lanús, Las Palmas, Argentinos Juniors, Banfield e Estudiantes.
O primeiro entre Fortaleza e Deportivo Maldonado será na próxima quinta-feira (23), a partir das 21h, no Uruguai. A volta está marcada para o Castelão, dia 02 de março.