A educação é uma das áreas em que a Inteligência Artificial (IA) vem sendo cada vez mais aplicada. Enquanto alguns defendem que o uso da tecnologia facilita a absorção de conteúdo, outros questionam se o excesso de recursos pode dificultar o aprendizado.
A IA permite simular comportamentos humanos relacionados à inteligência, mesclando conhecimento humano e artificial. Embora muitos acreditem que a IA é ficção científica, ela já é uma realidade presente em diversas áreas, inclusive na educação, com benefícios e desafios para alunos e professores.
A personalização do ensino é um dos pontos mais importantes para a absorção de conteúdo. Com o uso da IA, os alunos tendem a se interessar mais pelos tópicos abordados, havendo uma disposição para compreender as disciplinas e ampliar as frentes de conhecimento.
No entanto, o uso da IA na educação tem sido alvo de intensos debates ao redor do mundo, principalmente por aqueles que acreditam que as habilidades humanas serão cada vez mais substituídas. Portanto, é importante ter alguns cuidados para que o método tradicional não seja 100% colocado de lado.
Pensando nisso, o professor de Química e influenciador Michel Arthaud, listou alguns pontos a se atentar no uso da IA na educação.
Pontos a se atentar na utilização da Inteligência Artificial
Desenvolvimento de habilidades essenciais
Com o avanço da Inteligência Artificial, há preocupações de que os alunos possam ter deficiências no desenvolvimento das habilidades necessárias para o aprendizado, como leitura, interpretação de textos, escrita e compreensão.
- Política: Folha de pagamento da Alego tem redução de mais de 15% no 1° mês de gestão de Bruno Peixoto
Segundo Arthaud, a IA pode impactar diretamente na absorção de conhecimento e competências dos alunos, já que o sistema gera automaticamente um plano de estudos, facilitando a pesquisa de campo. Portanto, é importante encontrar um equilíbrio entre o estudo tradicional e tecnológico para garantir que todas as capacidades sejam desenvolvidas corretamente.
Falta de contato pessoal
Embora a Inteligência Artificial seja uma revolução na educação, tanto para professores quanto para alunos, é importante considerar que os planos de ensino podem ser afetados de forma direta ou indireta. De acordo com Arthaud, a tecnologia pode reduzir o tempo de planejamento para a criação de uma aula, bem como encurtar o período de aprendizado dos alunos.
No entanto, quando as aulas são lecionadas de forma presencial, os professores têm um contato direto com seus alunos, o que lhes permite sanar dúvidas e responder a questionamentos que surgem durante as explicações. Com o uso da IA, essa interação pode ser diminuída, resultando em perdas para ambos os lados.
Dificuldade em identificar plágio
Muitas vezes, os alunos fazem pesquisas e se baseiam em textos disponíveis na internet ao realizar trabalhos solicitados pelos professores. No entanto, há um problema quando, em uma tentativa de economizar tempo, o aluno copia todo o material encontrado e o entrega como se fosse autoral, o que resulta em plágio.
O professor explica que o Chat GPT, uma ferramenta baseada em IA, pode dificultar o processo. Embora existam softwares antiplágio que verificam semelhanças entre textos localizados na internet e os textos ditos autorais, se o material tiver sido criado a partir da tecnologia mencionada, é muito provável que não seja identificado.
Reprodução de desigualdades
O uso da Inteligência Artificial na educação pode gerar desigualdades no Brasil, já que aqueles que não possuem acesso à tecnologia podem ficar excluídos do processo educacional. Além disso, a tecnologia pode ser projetada para atender a determinados grupos ou indivíduos, deixando outros de fora.
É importante ressaltar que, atualmente, a maioria das tecnologias educacionais são utilizadas no setor privado, e é necessário garantir que o setor público não seja excluído dessa camada. Portanto, embora o uso de IA na educação seja importante, é fundamental garantir que todos os alunos tenham as mesmas oportunidades de acesso.