Um escândalo de pedofilia e crimes sexuais na Igreja Católica veio à tona na manhã desta segunda-feira (13/2), com a divulgação de um relatório, em Portugal, de uma investigação feita por uma comissão independente formada a pedido da própria igreja no ano passado.
Conforme o relatório final, cerca de 4.815 crianças foram abusadas sexualmente por padres e membros da Igreja Católica de Portugal nos últimos 70 anos. O documento aponta que cerca de 77% dos abusadores eram padres e os outros tinham algum tipo de ligação com a igreja.
O escândalo não afetou apenas o clero em Portugal, mas também instituições de países como Estados Unidos, Chile e Austrália. Os supostos casos de denúncias investigados ocorreram a partir de 1950.
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Casos de abuso sexual na Igreja Católica
De acordo com os resultados da investigação, os casos de abuso sexual contra menores tiveram um pico entre as décadas de 1960 e 1970 e aconteceram em diversos contextos, como seminários, sacristias, confessionários, colégios internos, grupos de escoteiros e casas de acolhimento ligadas à igreja.
A comissão ainda ressaltou que a idade média das vítimas é de 11 anos, sendo que os meninos eram os principais alvos das agressões sexuais, representando 52,7% dos casos. Além disso, o número de meninas abusadas também é significativo. A vítima mais jovem tinha apenas dois anos de idade.
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Em relação a recorrência, a investigação que em 52,7% dos casos os menores foram abusados mais de uma vez, sendo que 27,5% das vítimas relataram que os crimes perduraram por mais de um ano. Entretanto, a maior parte já foram prescritos e os que ainda estão dentro do prazo (25 casos), foram enviados ao Ministério Público.
A comissão também disse que está preparando uma lista de padres acusados que ainda estão em exercício.