O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu, nesta quarta-feira (18/1), manter a prisão de 354 investigados de participar dos ataques em Brasília, vistos no último 8 de janeiro.
No mesmo ato, o ministro colocou em liberdade 220 investigados, mediante medidas cautelares.
Os 354 acusados tiveram suas prisões temporárias convertidas em preventivas, por tempo indeterminado. Moraes entende que as prisões são necessárias para garantir a ordem pública e a efetividade das investigações, uma vez que os acusados, por meio de violência e grave ameaça, buscaram impedir o funcionamento dos poderes constitucionais.
Com relação aos investigados em liberdade, estes deverão usar tornozeleira eletrônica e estão proibidos de sair de suas cidades e de acessar redes sociais. Outra medida é o cancelamento do passaporte dos mesmos e a suspensão de posse de armas.
Cerca de 1,4 mil pessoas foram presas após os atos. A análise das prisões pelo ministro vai até sexta-feira (20).
Relembre os ataques em Brasília
No último dia 8 de janeiro, apoiadores radicais do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) furaram um bloqueio feito pela Polícia Militar (PM) na Esplanada dos Ministérios e invadiram o prédio do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e a sede do Supremo Tribunal Federal, em Brasília.
Os apoiadores do ex-presidente decidiram radicalizar o discurso, indo até a Esplanada dos Ministérios, pedir a prisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), intervenção militar e a volta de Bolsonaro ao poder.
Com a invsasão às sedes dos Três Poderes, manifestantes deixaram um rastro de destruição. Entre janelas e mobílias quebradas estavam, também, parte do acervo artístico e arquitetônico nacional, que representa capítulos importantes da história nacional.
Além disso, o ex-secretário de Segurança Pública do Distrio Federal, Anderson Torres, foi preso, no último sábado (14), acusado de ser conivente e ter facilitado os ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília, em 8 de janeiro.
Torres, que foi ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, viu sua situação piorar após a Polícia Federal ter encontrado, em sua casa, um documento de decreto de estado de defesa que invalidaria as eleições ocorridas em outubro passado.
O ex-secretário se encontra recolhido no 4º batalhão da Polícia Militar no Guará, região administrativa da capital federal.