Uma mulher de 27 anos foi indiciada por estelionato, em Morrinhos, sul de Goiás, após fingir ter câncer para aplicar golpes. Camilla Maria Barbosa dos Santos raspou até mesmo a cabeça, como forma de dar fundamento ao seu suposto estado de saúde.
A jovem afirmava ter câncer de mama, com metástase no pulmão e intestino, para comover as pessoas e obter vantagens. De acordo com a Polícia Civil de Goiás (PCGO), Camilla promovia campanhas e rifas com a justificativa de que o dinheiro seria utilizado para o seu tratamento.
- Inscrições abertas: Educação de Goiás reabre período de matrículas escolares para ano letivo de 2023
Segundo o delegado de Morrinhos, Fernando Gontijo, algumas vítimas, geralmente pessoas próximas à ela e que realizaram doações mais vultuosas, como ex-namorados e ex-sogras, compareceram à delegacia para registrar ocorrência. Ele relatou que as desconfianças por parte dessas pessoas surgiram quando Camilla, mesmo doente e em tratamento, frequentava festas e ingeria bebidas alcóolicas.
À polícia, a autora do crime disse ter tido câncer em 2017, no entanto foi curada. Ainda segundo ela, em maio de 2022 o câncer retornou e foi quando conseguiu encaminhamento para o Hospital Araújo Jorge, em Goiânia, para tratamento da doença, onde haveria realizado sete sessões de quimioterapia. A polícia não encontrou nenhum documento que atestasse seu estado de saúde. Em seu depoimento, a jovem alegou que, em outubro passado, o hospital havia perdido seu prontuário, o que fez interromper o tratamento.
Jovem que fingia ter câncer se fotografava em alas restritas e em macas do hospital
De acordo com o Hospital Araújo Jorge, Camilla nunca foi paciente da unidade. Os responsáveis do hospital ainda relataram que diversas vezes a jovem foi vista no local, em áreas as quais não tinha acesso. Inclusive, foi flagrada em várias ocasiões se fotografando em alas de quimioterapia, tratamento gástrico e, até mesmo, deitada em macas.
A unidade de saúde também disse que, devido as reiteradas e irregulares condutas praticadas por ela no interior do hospital, começaram a retirá-la da instituição.
Em busca e apreensão na casa da investigada, a polícia encontrou diversos documentos e exames, mas em nenhum deles é possível constatar que Camilla possua câncer. Além disso, a própria indiciada afirma não possuir qualquer exame/laudo médico que afirme o diagnóstico por ela relatado.
A imagem e qualificação da investigada está sendo divulgada conforme despacho do delegado que preside a investigação, em razão da primazia do interesse público sobre o particular, em conformidade com os ditames da Lei nº 13.869/2019 e Portaria nº 547/2021 da PCGO, tendo em vista ser possível que a investigada tenha feito outras vítimas.