O Ministério Público de Goiás (MPGO) deflagrou, nesta quarta-feira (7/12), a segunda fase da operação “Limpeza Geral” para desarticular um grupo criminoso suspeito de fraudes em licitações em 34 cidades de Goiás.
A ação é realizada em conjunto com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da Coordenadoria de Segurança Institucional e Inteligência (CSI). No total, 22 mandados de prisão preventiva e 50 de busca e apreensão foram cumpridos em endereços relacionados ao grupo.
As prisões e as buscas e apreensões foram realizadas nos seguintes municípios: Goiânia, Aparecida de Goiânia, Anápolis, Nerópolis, Leopoldo de Bulhões, Campo Limpo de Goiás, Silvânia, Pirenópolis, Luziânia, Iporá, Rubiataba, Araguapaz, Uruaçu, Campos Verdes, Crixás e Palmas (TO).
Fraudes em licitações chegam a R$ 300 milhões
A investigação apontou que o grupo recebeu cerca de R$ 300 milhões entre 2015 e 2022 de verba dos municípios goianos. Os envolvidos são suspeitos de desvios de recursos públicos, lavagem de dinheiro e outros crimes.
De acordo com o MPGO, o grupo criou várias empresas em nomes de “laranjas” para simular concorrências em licitações. Além disso, há indícios também de envolvimento de agentes públicos, que forjavam a contratação sem licitação das empresas para facilitar os desvios.
O ministério ainda ressaltou que as empresas, mesmo sem estrutura, possuíam diversas atividades em seus contratos sociais, como locação de equipamentos e estruturas para shows e eventos, cantores sertanejos e afins, fornecimento de mão de obra (pedreiro, pintor, servente etc.), serviços de limpeza, locação de veículos e outros.
Durante a operação, a juíza titular da Vara Especializada, Placidina Pires, ainda determinou o sequestro e bloqueio de bens no valor de R$172.103.335,03 em relação a 26 investigados e 21 empresas.
As investigações continuam para apurar a existência de mais envolvidos, bem como a real extensão do dano causado aos cofres públicos.