O Ministério da Saúde divulgou a nova edição do Boletim Epidemiológico HIV/Aids, que mostra o avanço de casos de aids entre jovens de 15 a 29 anos, grupo que vai na contramão da tendência nacional, apresentando queda no número de novos casos.
Somente em 2021 foram registrados 35.246 novos casos da doença que é causada pelo vírus HIV. O número é 18,5% menor que os 43.225 casos relatados em 2011. Quando considerado homens de 14 a 29 anos, no mesmo período, esse número saltou de 6.641 ao ano para 7.970, uma alta de 20%.
O boletim ainda traz um dado preocupante: entre os anos de 2011 e 2021, um total de 52.513 jovens com HIV, de 15 a 24 anos, de ambos os sexos, evoluíram para aids. Os números mostram como a doença tem evoluído em meio aos jovens dessa faixa etária como, também, a necessidade de esforços para que a população afetada pela doença possam aderir à terapia antirretroviral (TARV).
Segundo a secretária de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos, Sandra Barros, é preciso humanizar o tratamento de pessoas que convivem com a doença. “A gente não pode pode deixar que doenças como a Aids fiquem um pouco a margem diante de novas situações, como foi com a chegada da pandemia. Que a gente possa gerar equidade em todo o mundo para o tratamento do HIV”, pontuou.
Com alta nos casos de aids entre população mais jovem, Ministério da Saúde lança campanha de prevenção
Com o tema “Quanto mais combinado, melhor!”, o Ministério da Saúde lançou na quinta-feira (1°) uma campanha nacional para reforçar à população que existem meios eficazes para a prevenção do HIV/Aids. O lançamento ocorreu no Dia Mundial de Luta contra Aids.
A campanha prioriza a promoção do uso de preservativos e do incentivo à testagem regular, fundamental para a detecção precoce do vírus entre a população mais jovem, que tem sido a mais afetada.
O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza, gratuitamente, métodos de prevenção gratuitos, a exemplo da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), que se trata de um comprimido a ser tomado todos os dias, que evita a contaminação em caso de eventual exposição ao vírus do HIV.
Outro método é a Profilaxia Pós-Exposição (PEP), que é um comprimido para ser tomado em até 72 horas após a exposição ao HIV e que diminui significativamente as chances de infecção.
Infecção por HIV
De acordo com o Ministério da Saúde, estima-se que 960 mil pessoas estão vivendo com HIV no Brasil. Em 2021 foram detectados 40,8 mil casos de HIV e 35,2 mil casos de Aids. Cerca de 727 mil brasileiros estão em tratamento, o que representa 74,9% do total. No mundo, são 38 milhões de pessoas vivendo com o patógeno, é o que estima a Organização Mundial da Saúde (OMS).
A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), é a doença provocada pelo vírus HIV. Embora ainda não haja cura para a Aids, é totalmente possível tratar o HIV com medicamentos antirretrovirais altamente eficazes e que mantém o vírus sob controle e evita que a pessoa desenvola a Aids, que é o estágio mais grave da contaminação. Portanto, nem todas as pessoas que vivem com HIV tem Aids.
A terapia é toda feita por dois comprimidos que devem ser tomados diariamente. Ela mantém o vírus HIV à níveis baixíssimos no sangue, tornando a pessoa até mesmo indetectável e incapaz de contaminar outra pessoa, mesmo com sexo sem proteção. No entanto, o Ministério da Saúde reforça a importância da utilização de preservativos contra outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST).