No dia 14 de novembro, o Brasil, celebra o Dia Nacional da Alfabetização, que ressalta a importância de ler e escrever para a sociedade brasileira.
A data, que é celebrada anualmente, foi criada em 1966 para refletir a importância da alfabetização e dos desafios do nosso país para erradicá-la.
Como todos sabemos, a alfabetização é um tema fundamental para o desenvolvimento de nossa sociedade e uma ferramenta essencial para o combate às desigualdades sociais. Contudo, com a pandemia por Covid-19 a situação educacional no Brasil se agravou.
De acordo com um levantamento feito pela ong Todos pela Educação, milhares de estudantes brasileiros estão chegando ao ensino médio sem conseguir ler fluentemente.
Os dados mostram um quadro alarmante: cerca de 54% das crianças, com idade em torno de 8 anos, chegam ao terceiro ano do ensino fundamental sem dominar o mínimo para uma leitura adequada, como reconhecer personagens de uma história.
Além disso, 13% dos alunos chegam ao sexto ano do fundamental sem habilidades básicas da leitura. Outro dado importante é que 33% das crianças terminam no ensino fundamental sem saber ler com fluência e com dificuldades para escrever. E é cada vez mais evidente os efeitos da pandemia da Covid-19 sobre a educação pública brasileira.
Somente entre 2019 e 2021, o país registrou um aumento de 66,3% de crianças com 6 e 7 anos que, segundo seus pais, não sabiam ler nem escrever. Eram 1,4 nilhão em 2019 com 25,1%; em 2021, ano de pandemia, eram 2,4 milhões, subindo para 40,8%. Essa discrepância realçou ainda mais a diferença entre crianças brancas e petras.
As crianças pretas e pardas entre 6 e 7 anos que não sabiam ler e escrever chegaram a 47,4% e 44,5% em 2021, ante os 28,8% e 28,2% de 2019.
É possível visualizar essa discrepância também quando comparamos as crianças mais ricas com as mais pobres. Os dados do Todos pela Educação apontam que o percentual de crianças mais pobres que não sabem ler e nem escrever aumentou de 33,6% para 51,0%. quando observamos os ano entre 2019 e 2021. Já as crianças mais ricas, o aumento foi de 11,4% para 16,6%.
Desafios da educação no Brasil
De acordo com Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), no ano da pandemia, em 2020, cerca de 5,5 milhões de crianças e adolescentes com idade entre 6 e 7 anos não conseguiram acessar a educação.
Isso quando avaliamos o prejuízo à educação infantil, a longo prazo, é precocupante, posto o déficit gerado pela evasão escolar no período pandemico, onde crianças não puderam acessar a educação ou, por meios digitais, não tenha sido efetivamente eficaz.
Além disso, os dados da Unicef dizem que 1,4 milhão de crianças não conseguiram acessar o sistema educacional, durante a pandemia, seja presencial ou de forma remota. Outros 4,1 milhões, que tiveram acesso à escola, não conseguiram participar das atividades pedagógicas efetivamente.
Portanto, um dos principais desafios do sistema educacional brasileiro é conquistar condições para que essas crianças e adolescentes voltem, primeiramente, a um ambiente escolar de qualidade, direito que é garantido na constituição para os brasileiros dessa idade, como também formas paralelas para reaver o ensino perdido.