O terceiro dia de julgamento dos acusados de envolvimento na morte do radialista Valério Luiz acontece nesta quarta-feira (9/11), no Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), em Goiânia.
A previsão para hoje é que haja debate entre a acusação e defesa dos réus. Cada lado terá 2h30 para apresentar as argumentações aos jurados, com possibilidade de réplica e tréplica. A expectativa é que o julgamento termine ainda nesta quarta (9).
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O primeiro dia de julgamento aconteceu na segunda-feira (7) e durou quase 12 horas. No dia, cinco testemunhas de acusação prestaram depoimentos, além disso, houve também discussão entre a promotoria e a defesa.
Um dos principais depoimentos foi do delegado Hellyton Carvalho, responsável pela investigação do crime na época. Ele disse que o crime teve relação com a atividade profissional de Valério Luiz.
No dia, também houve o depoimento de outras testemunhas, como André Isac e Daniel de Almeida, que trabalhavam com a vítima. O inventor do cartório que pertencia a Maurício Sampaio, Irismar Dantas, também prestou depoimento, afirmando que recebeu ameaças do réu depois que a esposa do ex-cartorário foi demitida.
O segundo dia de julgamento foi marcado pelo depoimento de testemunhas de defesa e interrogatório dos réus. No dia, apenas três testemunhas foram ouvidas, todas as outras foram dispensadas.
Entre as testemunhas ouvidas está o jornalista Joel Datena, que tinha o réu Ademá como segurança. Ele afirmou que Ademá estava em sua casa no momento do crime, entretanto, ele é apontado como autor dos disparos contra Valério Luiz.
Outra testemunha foi o advogado do Atlético-GO, Marco Egídio, que falou sobre as críticas constantes de Valério Luiz contra o clube. Ele chegou, inclusive, a registrar um boletim de ocorrências contra o radialista .
O presidente executivo do Atlético, Adson Batista, também prestou depoimento e disse que Valério Luiz “extrapolava” nas críticas ao clube. Ele afirmou que pediu que Maurício assinasse uma carta proibindo Valério de frequentar o clube.
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Interrogatório dos réus
O primeiro interrogado foi o policial militar Ademá Figueiredo, que disse que estava na casa do jornalista Joel Santana no dia do crime. Ele contou também que conheceu Sampaio quando ia ao cartório com Joel Dantena, mas nunca fez segurança para ele. “Sampaio nunca me pagou um real. Ele está mentindo”, disse.
Djalma da Silva, policial militar e ex-segurança de Maurício, é acusado de ter ajudado no planejamento do assassinato. Ele afirmou, em interrogatório, que estava em operação no dia do crime, juntamente com um colega. Djalma também não soube dizer se falou com Marcus Vinícius no dia do crime.
O terceiro depoimento foi de Urbano de Carvalho Malta, acusado de contratar o atirador. Ele disse que morava perto do local do crime e ouviu os disparos enquanto estava cuidando das galinhas.
Já Maurício Sampaio, apontado como mandante do crime, disse que conhecia todos os réus na época do crime, menos Marcus Vinícius. Em depoimento, ele negou ter contratado Djalma e Ademar como seguranças e disse também que nunca existiu desavença entre ele e Valério Luiz.
Marcus Vinícius, que teria ajudado a planejar o homicídio do radialista, foi o último a prestar depoimento na noite, por videoconferência, pois está em Portugal. Durante a fase de investigação ele chegou a confessar o crime, mas começou o depoimento negando todas as acusações.
Marcus disse que seu nome apareceu no processo por causa de Mané de Oliveira, pai da vítima, que apontou o nome dele como quem teria matado Valério Luiz. Ele relata que, à época, Mané não saía a porta da delegacia e pressionava os policiais.
Questionado por ter confessado o crime anteriormente, Marcus disse que foi espancado por policiais. “Me bateram até eu não aguentar mais”.