Dez anos após o crime e diante de vários adiamentos, finalmente teve início o julgamento dos acusados de matar o radialista Valério Luiz. O primeiro dia do julgamento começou às 9h46 no Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO).
O juiz Lourival Machado, da 2ª Vara Criminal dos Crimes Dolosos contra a Vida e Tribunal do Júri, preside o júri. Logo no início da sessão, ele negou o pedido da defesa para desmembramento do júri de Maurício Sampaio, matéria que já havia sido apreciada anteriormente.
Marcado por momentos de tensão e ânimos exaltados, o primeiro dia durou 12 horas e contou com depoimentos de quatro testemunhas, sendo que um deles durou cerca de quatro horas.
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As testemunhas ouvidas no primeiro dia foram:
- Hellyton Carvalho, delegado que esteve à frente das investigações, que concluiu o inquérito e remeteu à Justiça;
- Alípio Ferreira Nogueira, publicitário que trabalhou com Valério Luiz e que é testemunha da acusação;
- André Isac da Silva, radialista que também trabalhou com a vítima;
- Daniel de Almeida Santana, advogado e cronista esportivo.
De acordo com o TJ-GO, ao todo, 30 testemunhas devem ser durante todo o julgamento. A expectativa é que o júri seja finalizado na quarta-feira (15/6).
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Depoimentos
Hellyton Carvalho
O delegado foi a primeira testemunha a ser ouvida e seu depoimento durou 3h30. Ele relatou que a única inimizade de Valério Luiz seria Maurício Sampaio, por causa das críticas feitas à diretoria do Atlético.
Hellyton ainda afirmou, em seu depoimento, que a quebra de sigilo telefônico constatou que a ordem para matar o radialista foi feita em uma ligação de dez segundos. Além disso, o rastreio dos números de telefone apontaram que Urbano Malta, um dos réus, estava na cena do crime.
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Alípio Ferreira Nogueira
Em seu depoimento, o publicitário relatou que trabalhou por muitos anos com a vítima e disse ter chegado no local do crime cerca de um minuto e meio depois dos disparos. Alípio afirmou ter encontrado Urbano e o dono de um estacionamento no local e disse que Valério estava agonizando.
Durante depoimento, o publicitário ainda afirmou ter sido procurado pela diretoria do clube à época para escrever uma carta impedindo o radialista de frequentar o clube. Ele afirmou que não escreveu, pois não concordava com a atitude.
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André Isac da Silva
Em seu depoimento, André Isac contou que Maurício e Valério já chegaram a ter um bom relacionamento, mas, após as críticas, Maurício teria afirmado que “quem criticava o Atlético não servia pra ser amigo dele”.
André contou que, certa vez, nos bastidores do programa, Valério Luiz falava sobre a renúncia de Maurício ao time e falou uma das suas críticas mais famosas, porém não imaginava que teria coragem de falar no ar.
“Você pode olhar em filme de aventura, quando o barco está enchendo de água, os ratos são os primeiros a pular fora”, disse Valério Luiz, à época.
Daniel de Almeida Santana
Marcado por ânimos exaltados, o depoimento de Daniel Almeida foi o último do primeiro dia de julgamento. Ele contou que recebeu uma carta impedindo o radialista e sua equipe de ir ao clube e respeitou a decisão.
Questionado por um dos advogados, Daniel afirmou que o radialista não criticava apenas o Atlético, mas também os dirigentes de outros times.
Presença
Além do filho do radialista, Valério Luiz Filho, que faz parte da assistência de acusação, também estiveram presentes no primeiro dia de julgamento a filha mais nova, Laura Gomes, e a esposa do jornalista, Lorena Nascimento de Oliveira.