Sete policiais militares foram indiciados por quatro homicídios em uma chácara de Cavalcante, na região nordeste do Estado. O crime aconteceu no último dia 20 de janeiro, após o recebimento de uma denúncia anônima informando sobre uma suposta plantação de maconha.
À época, a Polícia Militar informou que foi acionada para ir até uma propriedade rural e, ao chegar no local, a equipe foi recebida com tiros pelo grupo e revidou. Conforme apontaram os PMs, quatro homens foram baleados e morreram no local e outros três conseguiram fugir.
Segundo a Polícia Militar, os homens eram suspeitos de tráfico de drogas, mas a Polícia Civil apontou que eles não tinham passagens criminais. Revoltada, a população de Cavalcante apontou que eles não tinham armas, por isso, não poderiam ter atirado contra os policiais.
No final de fevereiro, os policiais foram presos preventivamente por uma decisão da Justiça. Na última sexta-feira (4), após a conclusão do inquérito pela Delegacia de Investigação de Homicídios (DIH), os policiais foram indiciados pelos crimes de homicídio qualificado e fraude processual.
Drogas em chácara de Cavalcante
Conforme apontamento do delegado Alex Rodrigues, que investigava o caso inicialmente, os PMs disseram que na chácara onde os suspeitos foram mortos havia cerca de 500 pés de maconha, porções prensadas e outras prontas para o consumo. Entretanto, eles disseram que parte da droga foi incinerada no local antes da chegada da Polícia Civil. A ação também é investigada.
O Ministério Público de Goiás (MP-GO) apontou que na chácara onde aconteceu toda a ação foram encontradas apenas 11 espécies de plantas e quatro delas eram maconha. O órgão ainda ressaltou que os envolvidos teriam procurado testemunhas para intimidá-las.
Após o crime, o MP-GO pediu a prisão preventiva dos policiais envolvidos alegando que os fatos apresentados pelos PMs “não encontra amparo nas provas documentais, periciais e testemunhais que estão no inquérito policial”.
Os mortos foram identificados como Silviano Souza da Conceição, de 63 anos, morador da chácara invadida; Ozanir Batista da Silva, de 47 anos, estava ajudando em uma colheita na chácara; Antônio da Cunha Fernandes, de 35 anos; e Alan Pereira Sores, de 27 anos.
O Dia Online entrou em contato com a Polícia Militar e aguarda retorno. A defesa dos policiais envolvidos não foi localizada, mas o espaço segue aberto para manifestação.