Na próxima segunda-feira (14/2) a jovem Isadora de Morais, de 18 anos, dará início ao primeiro período letivo do curso de medicina veterinária, em uma faculdade na capital goiana. A menina que é uma das sobreviventes da tragédia no Colégio Goyases, se diz ansiosa para o início das aulas e que apesar das lutas diárias após o atentado, nunca deixou de correr atrás dos seus sonhos.
A estudante ressalta que a nova etapa de sua vida vem com muita alegria para ela e para toda família e que, apesar de tudo, conseguiu seguir em frente e nunca desistir. A jovem que prestou vestibular no último trimestre de 2021, recebeu a notícia da provação no dia 3 de novembro do ano passado, deixando todos os familiares muito orgulhosos com a conquista.
Isadora de Morais contou que durante o período em que cursou o ensino médio, não sabia exatamente qual profissão seguir, ficando em dúvida entre publicidade e propaganda e veterinária. O coração da estudante falou mais alto e o amor e carinho pelos animais, que vem desde pequena, prevaleceu.
Relembre o atentado no Colégio Goyases
A estudante ficou paraplégica depois de ser atingida por um projétil dentro da sala de aula em que estudava no Colégio Goyases, localizado no Conjunto Riviera, em Goiânia. Além de Isadora, outros três alunos da sala do 8º ano ficaram feridos e outros dois foram a óbito, após um colega, com 14 anos na época, realizar os disparos.
O atirador é filho de policiais e foi apreendido após o atentado. Condenado a 3 anos de internação, o garoto cumpriu medida socioeducativa, mas devido a uma determinação da Justiça, em maio de 2020, foi liberado da sentença. Após ser baleada, a menina ficou 54 dias internada e precisou passar por tratamento no Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (Crer).
Sobre o dia do atentado, Isadora diz que não se lembra de tudo, entretanto o que mais a marcou foi o momento em que ela foi atingida com o tiro. Segundo a vítima, depois de disparar a arma, o colega olhou para ela e disse que não teve a intenção de machucá-la. Ela se recorda de rastejar, de não sentir as pernas, pedir por socorro e ninguém atender.