A Polícia Civil de Goiás recebeu uma denuncia, de um empresário do ramo de cassinos, alegando que foi roubado e ameaçado por três policiais civis. Na ocasião, os suspeitos teriam roubado quase R$ 1 milhão em criptomoedas. A vítima é um turista que estava em viagem no município de Alto Paraíso de Goiás. Um dos agentes suspeito de estar envolvido na ação foi preso em Cristalina, entorno do Distrito Federal, pela Policia Militar.
De acordo com informações da Polícia Civil de Goiás (PCGO),o caso teria acontecido neste sábado (5/2) e que dentre os suspeitos, dois deles ainda se encontravam em estágio probatório. Os agentes estão sendo investigados pela Gerência de Correições e Disciplina da PCGO. O boletim de ocorrência que resultou na prisão de um dos suspeitos afirma que o agente preso assumiu a autoria do caso, ordenando que os outros dois envolvidos tomassem “rumo desconhecido”.
No momento da prisão, a Polícia Militar apreendeu também arma, munição, carregador portátil, notebook, celular e carteira. Ainda não há informações sobre a recuperação das criptomoedas roubadas.
Como o crime acontece
Segundo contou à corporação, no horário do almoço a vítima estava saindo da pousada em que estava hospedada, quando foi abordada por três homens em um carro, modelo Land Rover, preto. Os suspeitos estariam portando um pistola, fuzil e metralhadora e, durante a abordagem, afirmaram ser policia e que sabiam que a vítima era um empresário do ramo de cassinos.
O turista afirmou à Polícia Civil que fotos de pessoas próximas foram mostradas e ele foi ameaçado de que estás pessoas poderiam ser encontradas. Desta forma, a vítima foi forçado a expor suas contas bancárias, cadastradas em aplicativos de celular, o que resultou no roubo de quase R$ 1 milhão em criptomoedas.
A PCGO informou também que os suspeitos questionaram a vítima se ela conhecia outras pessoas que possuem grandes quantias de criptomoedas e que o empresário teria revelado “alguns nomes aleatórios”, por estar sendo ameaçado. A vítima alegou ainda que os suspeitos deram o prazo de 24 horas para que novas transferências fossem feitas, sob a ameaça de morte dos familiares.
Confira abaixo a nota divulgada pela Polícia Civil sobre o caso:
A Polícia Civil de Goiás informa, sobre os três policiais civis envolvidos no caso das Bitcoins, que a Gerência de Correições e Disciplina adota, desde as primeiras horas deste domingo (6), todas as providências cabíveis, de acordo com a legislação, para investigar o caso.
A Gerência não se pronunciará neste momento para que as investigações não sofram intercursos, mas, em momento oportuno, a sociedade será informada de mais detalhes do caso. Informamos também que os policiais estavam ainda em período de estágio na Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (CORE/GT3) da PCGO, não pertenciam ao quadro efetivo do grupo, sendo que um deles estava em período de estágio há uma semana e o outro, há 11 meses.
Ambos estavam de folga e não utilizaram armamentos ou equipamentos da CORE, nem mesmo viatura policial. Imediatamente após o ocorrido, ambos foram expulsos do estágio da CORE. Os policiais serão recolhidos do Grupo Tático nesta segunda-feira (7) e colocados à disposição da Superintendência de Polícia Judiciária (SPJ). Os procedimentos investigatórios seguem em curso para o esclarecimento do fato.