Um homem de 56 anos foi preso por matar a esposa, de 53 anos, a facadas em uma fazenda da zona rural de Anápolis. Ele confessou o crime e disse que foi motivado por ciúmes. O caso aconteceu na madrugada deste sábado (5).
Informações apontam que a mulher e o marido eram casados há cerca de 40 anos e tiveram uma discussão momentos antes do crime. Em depoimento, o homem contou que estava sendo humilhado pela companheira, que dizia que o trocaria por um homem mais jovem. Revoltado, ele a esfaqueou.
O homem então pegou o celular e enviou uma mensagem para o filho, de 35 anos, e contou o que havia acontecido. Quando o filho chegou ao local, encontrou a mãe já sem vida no chão do banheiro. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgências (SAMU) foi acionado e constatou a morte.
Durante as investigações, os policiais apreenderam na residência uma faca que foi utilizada no crime, um revólver calibre 38, uma espingarda e diversas munições.
Diante dos fatos e da confissão do autor, ele foi preso e deve responder por feminicídio e posse ilegal de arma de fogo.
Feminicídio: fatores de risco
A secretária Nacional de Políticas para as Mulheres, Cristiane Britto, explica que, segundo o Código Penal brasileiro, o feminicídio consiste no assassinato cometido em razão do sexo feminino. Em resumo, é quando o crime envolve violência doméstica e familiar ou menosprezo e discriminação à condição de mulher.
“Lembro a todos que o feminicídio é o final do chamado ciclo da violência. Até chegar nessa situação, geralmente começa com algo considerado por muitos como simples, seja um empurrão ou agressão verbal, por exemplo. Nós mulheres precisamos estar atentas aos sinais que envolvem violência física, psicológica, moral, sexual, patrimonial e as situações de risco”, alerta a gestora.
Entre os fatores de risco para o feminicídio, estão o isolamento social, a ausência de rede de serviços de saúde e proteção social bem estruturada e integrada, a pouca consciência de direitos, histórico de violência familiar, transtornos mentais, uso abusivo de bebidas e drogas, dependência afetiva e econômica, presença de padrões de comportamento muito rígidos, exclusão do mercado de trabalho, deficiências, vulnerabilidades relacionadas a faixas etárias e escolaridade.