A Justiça de Goiás determinou, na manhã desta sexta-feira (10/12), a prisão dos policiais militares (PMs) acusados pela morte de jovem com câncer em Goiânia. A denúncia foi feita na terça-feira (7) pelo Ministério Público.
Conforme informações, o jovem Chris Wallace da Silva, de 24 anos, morreu após supostas agressões cometidas pelos militares durante uma abordagem no mês passado, no Residencial Fidélis.
A decisão é do juiz da 1ª Vara Criminal dos Crimes Dolosos Contra a Vida e Tribunal do Júri, que destacou que a prisão é para evitar que os réus atrapalhem as investigações. “Haja vista que, pelo que consta dos autos, aparentemente os denunciados tentaram acobertar o fato, ao se dirigirem até a casa da vítima e colherem informações com a mãe e a irmã desta”.
Segundo a defesa dos militares, a prisão preventiva é uma medida é “desnecessária”. Os advogados já entraram em contato com o comando da PM para que os clientes se apresentem de forma espontânea.
Denúncia do MP sobre caso dos PMs acusados pela morte de jovem com câncer em Goiânia
Segundo a denúncia do Ministério Público, os autores do crime teriam feito o uso de cassetetes para cometer as agressões, que atingiram a vítima no corpo e na cabeça, ocasionando a morte do rapaz por traumatismo crânio encefálico grave.
De acordo com os promotores que assinam a denuncia as agressões começaram enquanto a vítima caminhava na rua com um amigo, sendo abordados pelos policiais militares que solicitaram a documentação pessoal.
Durante a abordagem, os policiais repreenderam os rapazes por estarem na rua naquele horário (por volta das 19h10min) e passaram a agredir a vítima, violentamente, com chutes, tapas e inúmeros golpes de cassetetes, além de o empurrarem contra um muro de concreto chapiscado com pedras.
Ainda conforme informações contidas na denuncia, enquanto estava sendo espancado, o rapaz informou aos policiais que era portador de leucemia e suplicou para que interrompessem as agressões. Todavia, o pedido não foi atendido e as agressões só tiveram fim quando a vítima conseguiu se desvencilhar dos golpes e sair correndo.
Ao chegar na casa onde morava o rapaz teria iniciado uma crise convulsiva e começou a vomitar sangue, sendo levado de ambulância para o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), onde permaneceu inconsciente até o dia 16 de novembro, data do seu falecimento.