Uma operação da Polícia Civil, por meio da Delegacia Estadual de Combate à Corrupção (Deccor), deflagrada nessa quarta-feira (8), cumpriu mandados contra suspeitos de fraudes em programa habitacional, na cidade de Luziânia, no Entorno do Distrito Federal.
De acordo com as investigações, as fraudes teriam acontecido nos anos de 2018 e 2019 através de um “cheque reforma”. Segundo a Polícia Civil, o grupo criminoso seria composto por políticos da região, servidores públicos e particulares.
Durante a Operação Cártula Negra foram cumpridos três mandados de busca em Luziânia e apreendidos documentos e dispositivos informáticos com os alvos da ação.
Até o momento, estima-se que cerca de 300 pessoas na região tenham recebido o benefício de forma indevida, totalizando o valor de quase R$ 1 milhão de reais.
Como eram feitas as fraudes em programa habitacional, em Luziânia
Conforme apontam as apurações, o grupo se utilizou da associação privada sem fins lucrativos da cidade para inserir informações falsas no sistema de cadastro da Agência Goiana de Habitação (AGEHAB), gestora do programa social que viabiliza o cheque reforma.
Com isso, conseguiam cadastrar e liberar o benefício do programa social para pessoas que, em tese, não cumpriam os requisitos exigidos pela Lei para serem contempladas, tais como empresários, apadrinhados de políticos e parentes de pessoas responsáveis por operacionalizar o programa.
Suspeita-se de que, em decorrência das fraudes, tenha ocorrido a liberação indevida do benefício para mais de 300 pessoas da região, no valor de quase R$ 1 milhão de reais, havendo inclusive casos de liberação e “recebimento” de valores dos benefícios por pessoas que já se encontravam mortas.
Durante a investigação, foram deferidas pela Justiça medidas de afastamento de sigilo bancário e fiscal em face de 17 pessoas do município de Luziânia, incluindo políticos, servidores públicos e particulares, assim como foram cumpridos mandados de busca e apreensão contra três pessoas integrantes do grupo criminoso na região.