O Ministério Público de Goiás (MP-GO) denunciou, pela primeira vez, o ginecologista e obstetra Nicodemos Júnior Estanislau Morais, de 41 anos, pela prática de estupro de vulnerável. Ele atendia pacientes em Anápolis, a cerca de 55km da capital.
De acordo com a promotora Camila Fernandes, a denúncia é referente aos relatos das três primeiras mulheres que denunciaram o caso na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam). Nicodemos foi indiciado pela Polícia Civil por crimes sexuais cometidos contra 53 vítimas.
A promotora ainda afirma que a denúncia se enquadra como estupro de vulnerável porque as vítimas não conseguiam oferecer resistência no momento das consultas ou exames, quando os crimes eram praticados. A pena varia de oito a 15 anos de reclusão.
Além disso, também foi solicitada a manutenção da prisão, para que ele continue detido no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia. O MPGO também iniciou a análise dos inquéritos das outras vítimas e novas denúncias podem ser oferecidas nos próximos dias.
Segundo a Deam, em Anápolis foram constatados 22 estupros de vulnerável, 22 violações sexuais e nove casos de assédio sexual.
Prisão do ginecologista de Anápolis
Nicodemos Júnior foi preso pela primeira vez no último dia 29 de setembro, após denúncia de três vítimas em Anápolis. Quando a imagem dele foi divulgada, mais de 50 mulheres procuraram a delegacia para registrar ocorrência.
No dia 4 de outubro, ele foi solto após decisão judicial e passou a ser monitorado por tornozeleira eletrônica. Entretanto, novas vítimas surgiram em Abadiânia e a autoridade policial pediu novamente, no dia 8 de outubro, a prisão preventiva do investigado.
Diante das denúncias, o Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) interditou o registro de Nicodemos por seis meses, podendo ser prorrogado por igual período. Por isso, ele fica impedido de exercer a profissão no país.
O ginecologista nega as denúncias e afirma que não tocou nas pacientes de forma indevida. A defesa ainda afirma que todos os procedimentos adotados pelo médico são de cunho profissional. Sobre a denúncia do MP-GO, a defesa ainda não se manifestou.
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