O ginecologista e obstetra Nicodemos Júnior Estanislau Morais, de 41 anos, foi indiciado por crimes sexuais contra 53 vítimas, em Anápolis. O inquérito policial foi concluído nesta sexta-feira (15/10), pela Polícia Civil, através da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam).
O médico foi indiciado pelo crime de estupro de vulnerável contra 22 vítimas, violação sexual mediante fraude em desfavor de 22 vítimas e de assédio sexual em desfavor de 9 vítimas. Segundo a PCGO, o indiciamento é relativo aos crimes ocorridos em Anápolis, onde o médico atendia em uma clínica.
Nicodemos Júnior segue preso preventivamente por meio de decisão do Tribunal de Justiça de Goiás. O inquérito foi encaminhado para o Judiciário para as devidas providências e ao Ministério Público para possível denúncia.
De acordo com a delegada responsável pelo caso, Isabella Joy, as vítimas relataram que o médico se aproveitava dos exames ginecológicos para fazer toques indevidos. Além disso, ele também teria oferecido cirurgia em troca de sexo para uma paciente e mostrado conteúdo pornográfico para uma adolescente.
Além das denúncias de Anápolis, um outro inquérito policial também foi concluído em Abadiânia, nesta sexta (15). Na cidade, quatro mulheres denunciaram ter sido vítimas do médico.
A defesa do médico nega que ele tenha cometido os crimes contra as pacientes. O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) impediu que o médico exerça a profissão por seis meses.
Relatos de vítimas do ginecologista indiciado por crimes sexuais, em Anápolis
Muitas vítimas só tomaram coragem de denunciar os abusos sofridos depois da prisão do ginecologista. Uma delas, hoje com 20 anos, relata que foi abusada com 12 anos. Na época, o médico disse que ela deveria se masturbar, mostrou quadrinhos e vídeos pornôs, e colocou a mão dela em suas partes íntimas.
Outra paciente conta precisou de acompanhamento com o médico após o parto, por causa de problemas hormonais. Entretanto, em uma das consultas ela afirma que ele teve conversas inadequadas, mostrou sites pornográficos e brinquedos eróticos. Além disso, também teria tocado o corpo da vítima de forma inapropriada.
Uma outra mulher relatou que o abuso teria acontecido no ano passado, quando fazia um exame. Com os dedos em sua vagina, o médico teria elogiado seus olhos, seu órgão sexual e ainda perguntado sobre sua a relação sexual com o marido.