Os reposicionamentos dos shoppings é um processo saudável de adequação às necessidades do público e essa característica é marcante no Brasil, considera o presidente da Associação Brasileira de Shoppings Centers (Abrasce), Glauco Humai, que também participou, via vídeo, do evento de lançamento do novo posicionamento do Shopping Estação Goiânia.
“Eu costumo dizer que os shoppings no Brasil não estão passando por transformação, mas estão em constante evolução, desde o primeiro equipamento inaugurado em 1966. Essa evolução, essa sintonia com o consumidor é que nos faz diferentes do restante do mundo”, declarou.
Apesar de contínuas, com a pandemia, as mudanças nos shoppings aceleraram para buscar adaptação ao novo momento, seja pela mudança de comportamento do consumidor, novas demandas sanitárias e pela queda no consumo em relação aos anos anteriores.
“A pandemia ajudou a acelerar o processo de projetos abertos, por exemplo, que a economia já vinha pedindo. Os novos projetos de shoppings simulam cidades, com praças verdes, espaços abertos e de convivência. Agora, a necessidade é por projetos mais comunicativos com o entorno e com realidades de custo similares às das ruas”, considera o arquiteto Jayme Lago Mestieri, expert no mercado nacional de shoppings e autor de mais de 70 projetos no segmento.
Segundo Mestieri, os novos formatos de implantação no varejo visam maior lucro e também uma redução no custo total de ocupação e no investimento inicial do lojista. “Não basta somente a economia brasileira estar em desenvolvimento, é necessário que o equipamento shopping center acompanhe as mudanças do varejo, com a nova realidade de custos para esse lojistas”, ressalta. Essa foi, inclusive, uma demanda do Shopping Estação Goiânia para o seu reposicionamento, identificada pelas pesquisas e levantamentos realizados pela superintendência e sua equipe técnica.
A solução trazida pelo arquiteto foram as lojas pequenas em estilo de maganize. “Alguns lojistas, com empreendimentos menores, poderão expor seus produtos um ao lado do outro, simulando uma loja de departamento, em um espaço maior, um espaço âncora. Ao invés de construir uma loja, ele terá um conjunto de móveis, sem paredes, é um ambiente onde os lojistas se integram”, destacou ele.
Em sua visão, a nova realidade imposta pela pandemia, não limitará o crescimento dos shoppings. Nós temos muito campo para o desenvolvimento do varejo, comparado a outros países, sobretudo os desenvolvidos. Temos muito mercado ainda a explorar”, ressalta. No total, o Brasil tem atualmente 601 shoppings centers em operação. O Centro-Oeste do país reúne, ao todo, 63 shoppings centers, desses, 31 estão em Goiás. Na capital, são 17, segundo dados da Abrasce.
Reposicionamento do Shopping Estação Goiânia
Fundado em 2007 e perto de chegar a seu debut, o Shopping Estação Goiânia vem se consolidando pela oferta diversificada de serviços ao público: atualmente, além de moda, abriga também faculdade, academia, loja de material de construção, entre outros. O equipamento passa agora por um reposicionamento para aprimorar sua vocação, trazendo referências internacionais em sua nova estrutura, com previsão de entrega da primeira fase para o primeiro trimestre de 2022.
“Foram meses de pesquisa e planejamento para se chegar a um modelo contemporâneo, que traduzisse a nossa vocação e estivesse alinhada com as necessidades do público, especialmente após a pandemia”, considerou Fernando Maia, CEO da Saga Malls, sócia do empreendimento.
O projeto de reformulação contou com a participação da ABLSAN, empresa paulista especialista em varejo e em soluções para shoppings centers, e foi assinada pelo arquiteto Jayme Lago Mestieri, autor de mais de 70 projetos de shoppings no País.
“O novo modelo abriu a suas asas para se tornar um pólo de soluções diversas de consumo, conveniência, lazer e negócios. É muito mais diversificado que um shopping convencional e se torna uma solução para a população de Goiânia no seus diferentes momentos do dia”, explicou.
O local, que já abriga gigantes como a Leroy Merlin – a única da rede no Estado de Goiás -; a Universidade Estácio de Sá – referência em educação, com mais de 13 mil alunos -; e academia Blue Fit – uma das maiores redes de academia 24 horas do Brasil -; terá ainda a chegada do Atacadão Costa – líder no Centro-Oeste, que está em expansão e implantará no local sua 11ª loja. Também implantará um espaço dedicado ao modelo de mercato, similar aos mercadões abertos com opções gastronômicas e artesanais. Haverá novos espaços externos abertos para circulação, com cafeteria. Para os negócios da moda e acessórios, as lojas serão distribuídas em formato 360, trazendo mais integração entre elas e a sensação para o consumidor de estar em um magazine.
Para ele, as novas combinações, como os espaços com lojas pequenas em formato de departamento são boas opções tanto para os lojistas, quanto para os empreendedores. “Alguns lojistas, com empreendimentos menores, poderão expor seus produtos um ao lado do outro, simulando uma loja de departamento, em um espaço maior, um espaço âncora. Ao invés de construir uma loja, ele terá um conjunto de móveis, sem paredes, é um ambiente onde os lojistas se integram”, destacou ele.
“A fachada e a reforma interna serão polivalentes, terão uma comunicação clara, será um ambiente versátil, além de oferecer mais possibilidades do que anteriormente. Já em relação ao público, a expectativa é apresentar um novo DNA, algo novo, conciliatório, composto de diversas atividades e diversos públicos, o verdadeiro ponto de encontro na cidade”, reforça o arquiteto, principalmente pela localização do Shopping, que se encontra em uma região central de Goiânia, com bastante circulação de pessoas.
O diretor da Tropical Urbanismo, Paulo Roberto da Costa, também sócio do empreendimento, lembrou que a localização acessível do Shopping Estação Goiânia foi um importante fator para se chegar a essa identidade versátil.
“Além de estarmos ao lado do terminal rodoviário, próximo à Marginal Botafogo, e Avenida Independência, “estamos no ponto de encontro duas importantes vias de acesso que estão sendo implantadas na cidade. O BRT, que irá ligar 148 bairros em Goiânia e Aparecida de Goiânia, e o Corredor Leste-Oeste, que vai ligar vários bairros da cidade e unir dois extremos da região metropolitana: Trindade e Senador Canedo. Serão milhares de pessoas que passarão por essa localização com suas demandas e necessidades”, considerou.
O Shopping Estação Goiânia possui mais de 70 mil metros quadrados de área construída e 1105 vagas de estacionamento. Com o reposicionamento, chegará a 56 mil metros quadrados de Área Bruta Locável (ABL).