Na tarde de segunda-feira (4/10), a Justiça revogou a prisão preventiva do ginecologista e obstetra Nicodemos Júnior Estanislau de Morais, de 41 anos, suspeito de crimes sexuais contra pacientes, em Anápolis.
Nicodemos deixou a prisão no início da noite e agora deve responder ao processo em liberdade. Ele é investigado pela prática dos crimes de importunação sexual, violação sexual mediante fraude e estupro de vulnerável.
Por determinação judicial, o médico não pode comparecer ao consultório onde atendia, está proibido de exercer a função de médico e não pode entrar em contato com as vítimas. Ele deve ser monitorado por tornozeleira eletrônica.
A decisão é do juiz Adriano Roberto Linhares Camargo, que revogou a prisão pois Nicodemos tem residência fixa e é considerado réu primário, já que, mesmo com condenação em Brasília, o processo não foi transitado em julgado.
Até o momento, a Delegacia de Atendimento Especializado à Mulher (Deam) já ouviu cerca de 50 mulheres que relataram supostas violações.
A defesa do médico nega que ela tenha cometido qualquer crime contra as vítimas que atendeu.
Prisão do ginecologista suspeito de crimes sexuais, em Anápolis
O médico foi preso na última quarta-feira (29/9) e estava detido em cela especial desde que passou por audiência de custódia na sexta-feira (1º), em Anápolis, a 55 km de Goiânia. Muitas vítimas só tomaram coragem de denunciar os abusos sofridos depois da prisão do ginecologista.
De acordo com a delegada responsável pelas investigações, Isabella Joy, uma mulher teria consultado o ginecologista para saber sobre uma cirurgia íntima, conhecida como ninfoplastia, mas, em troca do procedimento, ele teria oferecido sexo a ela, que não aceitou a proposta.
Uma outra vítima, hoje com 20 anos, relata que foi abusada com 12 anos. Na época, o médico disse que ela deveria se masturbar, mostrou quadrinhos e vídeos pornôs, e colocou a mão dela em suas partes íntimas.
Outra paciente conta precisou de acompanhamento com o médico após o parto, por causa de problemas hormonais. Entretanto, em uma das consultas ela afirma que ele teve conversas inadequadas, mostrou sites pornográficos e brinquedos eróticos. Além disso, também teria tocado o corpo da vítima de forma inapropriada.