A Justiça decretou a prisão preventiva do tenente da Polícia Militar (PM) que foi filmado, junto com outros policiais, agredindo o advogado Orcélio Ferreira Silverio Júnior, de 32 anos, em Goiânia.
Os cinco policiais militares foram denunciados pelo Núcleo de Controle da Atividade Policial (NCAP) do Ministério Público de Goiás (MPGO), por prática do crime de tortura.
Além da prisão do tenente, a decisão determina ainda o afastamento, a suspensão do porte e recolhimento das armas dos outros policiais que aparecem no vídeo agredindo o advogado.
Na denúncia, os integrantes do MPGO também relatam que os policiais abordaram um cuidador de carros que, dias antes, tinha se envolvido em uma discussão com o tenente. Durante a abordagem, o tenente perguntou se o cuidador se lembrava do ocorrido e o agrediu com um tapa no rosto.
Quando o advogado se aproximou e começou a filmar, conforme a denúncia, um soldado teria avisado que era proibido gravar, em seguida, o tenente foi até Orcélio questionando quem era ele.
A vítima disse que era advogado do vigilante de carros e pediu que o policial se identificasse. O tenente então, agarrou Orcélio pela gravata, o empurrou sobre um carro e começou a agredir ele com socos.
Relembre o caso do advogado agredido durante abordagem policial em Goiânia
No último dia 21 de julho, um advogado foi agredido durante uma abordagem policial, na Avenida Anhanguera, próximo ao terminal Praça da Bíblia, em frente ao Camelódromo de Goiânia.
Um vídeo mostra o advogado algemado e sendo agredido com tapas e socos. Pessoas que passavam pela calçada do camelódromo capturaram as imagens e tentaram impedir as agressões, mas não conseguiram.
No Boletim de Ocorrência, a equipe do Giro que fez a abordagem disse que foi acionada para atender uma ocorrência onde uma pessoa em situação de rua estava ameaçando motoristas para obrigá-los a pagar uma quantia em dinheiro para estacionar no local.
Durante a abordagem ao homem, segundo a polícia, o advogado teria se aproximado e começado a filmar. Além disso, o boletim ainda aponta que o advogado teria partido para agressão contra os policiais, por isso, usaram a força para contê-lo.
Em denúncia, o advogado contou que foi agredido novamente dentro da Central de Flagrantes da Polícia Civil. “Fui agredido dentro do pátio da delegacia, já entregue, e dentro da triagem também. Pedi socorro e uma policial civil que não quis se identificar foi negligente no momento que estava sendo torturado”, denunciou o advogado.