Quatro mandados de prisão e três de busca e apreensão foram cumpridos, em Aparecida de Goiânia e Senador Canedo, contra integrantes de um grupo suspeito de aplicar golpe do ágio premiado. Esta é a segunda fase da operação da Polícia Civil, por meio da Delegacia Estadual de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos Automotores (DERFRVA), com o apoio do Grupo de Repressão a Narcóticos (Genarc).
Entre os presos está o líder do grupo e responsável por enganar as vítimas durantes as ligações telefônicas. Ele já havia sido preso em 2014, pela 17ª DP de Goiânia, por aplicar o mesmo golpe investigado. Além disso, segundo a Polícia Civil, ele tem facilidade em fazer várias vozes e usa o artifício para enganar as vítimas.
Na primeira fase da operação, deflagrada também neste mês, três pessoas foram presas, sendo duas suspeitas de vender suas contas bancárias para receber os valores do golpe, e uma apontada como um dos líderes do grupo.
As investigações apontam que o grupo criminoso está atuando desde 2019. Mais de 20 pessoas foram identificadas por venderem ou emprestarem seus cartões bancários para os estelionatários e também responderão pelo crime.
Até o momento, mais de 30 vítimas foram identificadas, mas a polícia acredita que número seja bem maior, uma vez que a maioria sequer registra a ocorrência dos fatos. Estima-se que os criminosos tenham lucrado mais de meio milhão com o golpe.
Grupo suspeito de aplicar golpe do ágio premiado
De acordo com as investigações, os criminosos anunciam em jornais, redes sociais e na OLX, a venda do ágio de um veículo com parcelas de financiamento reduzidas. Quando algum interessado entra em contato com o número informado no anúncio, o anunciante se identifica como Sargento do Corpo de Bombeiros Militar e diz que acabou de vender o veículo, mas tem um familiar, que é pastor, que está vendendo um veículo com condições semelhantes.
Diante disso, a vítima entra em contato com o suposto pastor, que relata que já esta fechando a venda com uma ‘garagem’, mas não finalizou o processo, pressionando a vítima a agilizar a proposta para não perder o negócio. O golpista então diz que a venda do veículo é motivada por uma pendência judicial de pensão com a ex-mulher, e que precisa fazer a transferência do valor com urgência para a conta indiciada, para não ficar com problemas na justiça.
Para dar mais credibilidade ao golpe, o suspeito passa o endereço e telefone de uma empresa fictícia, onde supostamente trabalha, e também um endereço da residência onde mora, que também é fictícia. No entanto, o número é de uma comparsa que confirma para as vítimas as informações que o golpista repassou.