A Polícia Civil de Goiás, por meio do Grupo de Repressão a Crimes Patrimoniais (Gepatri) de Valparaíso de Goiás, cumpriu um mandado de prisão preventiva contra um falso servidor público suspeito de aplicar golpe em ao menos 90 vítimas no país, sendo sete delas em Goiás.
O homem era conhecido como “Don Juan”, pois se relacionava com mulheres a fim de estabelecer um vínculo de confiança e captar vítimas do seu meio. Ele levava uma vida nômade e aplicava golpe em todo o país.
O mandado de prisão contra ele foi cumprido nesta segunda-feira (16/8), com o investigado já preso na cidade de Caucaia (CE), com o apoio do Sistema Penitenciário do Ceará.
Investigação do falso servidor público suspeito de aplicar golpe ao menos 90 vítimas no país
De acordo com as investigações, o homem, David Alves Bezerra, de 30 anos, fingia ser analista da Receita Federal e fez, pelo menos, oito vítimas no Entorno do Distrito Federal, que foram identificadas pela Polícia até o momento. Natural de Fortaleza, ele já responde a mais de 70 estelionatos nos estados de Santa Catarina, Roraima, Mato Grosso e no Distrito Federal.
Usando também os apelidos de Berlim e Alemão, ele se passava servidor público e dizia ter acesso a bens apreendidos pela Receita Federal e fazendas estaduais e utilizava esse argumento para oferecer aparelhos eletrônicos e bens importados às vítimas. Ele alegava que tinha acesso à lotes de produtos que iriam a leilão, mas que conseguiria vender tais objetos por preços bem abaixo do mercado. Para dar maior credibilidade à sua atuação, ele se expunha nas redes sociais como servidor público e enviava imagens uniformizado para as vitimas.
Com isso, ele conseguia que as vítimas realizassem transferências financeiras na promessa de entrega de celulares, notebooks, perfumes importados, computadores, dentre outros. As vítimas transferiam os valores, e, na data acordada para entrega dos objetos, David desaparecia. Para receber os valores ele utilizava contas bancárias de terceiros, que caíram no encanto do golpista, sacavam os valores e repassavam para ele.
Segundo o delegado Leonilson Pereira, o investigado tinha uma vida nômade e aplicava golpes por todo o país. Onde ele chegava, procurava mulheres para de relacionar amorosamente e as persuadia a captar as vítimas do seu meio, estabelecendo um ciclo de confiança para que as vitimas caíssem facilmente no golpe. Após pouco tempo em cada cidade, ele se mudava.
“Durante as investigações, tivemos acesso a imagens que demonstram uma vida de luxo que o acusado levava, o qual exibia suas viagens, andanças em carros de luxo e manuseio de altos valores em dinheiro, menosprezando inclusive a atividade policial que o investigava”, conta o investigador.
De acordo com a Polícia Civil, “a divulgação da imagem e identificação do preso foi precedida nos termos da Lei nº. 13.869/2019, portaria n.º 02/2020 – PC e Despacho do Delegado Geral n.º 000010828006. A finalidade é esclarecer outras investigações em andamento e encorajar testemunhas/vítimas a comparecerem na Delegacia.”.