O novo modelo de tarifa do transporte coletivo na Grande Goiânia, prometido desde janeiro, deve ser anunciado em outubro deste ano. Uma das propostas é que a tarifa única deixe de existir. A previsão é que o novo modelo seja implantado este ano, mas ainda não há um consenso entre o Estado de Goiás e as prefeituras de Goiânia, Aparecida e Senador Canedo.
Com a extinção da tarifa única, os usuários poderão pagar um valor menor que R$ 4,30 para andar pequenas distâncias, já que a proposta fixa a tarifa máxima em R$4,30, que é o valor atual. Entretanto, para que a proposta seja implantada, seria necessário um subsídio que deve variar de R$ 135 milhões a R$ 185 milhões por ano.
Essa diferenciação no preço seria feita com a criação de anéis tarifários, ou seja, seriam criados círculos a cada distância a partir de um ponto central do sistema.
Entenda melhor quais são as propostas em análise
Atualmente, o sistema metropolitano conta com uma tarifa única, que o usuário paga por itinerário. Neste modelo, a ideia é que os usuários que andem menos sustentem o sistema, mantendo as linhas mais longas. Este modelo é considerado mais social, beneficiando cidades do interior. Neste caso, a tarifa única é reajustada anualmente.
Com o sistema municipal misto, as cidades de Goiânia, Aparecida e Senador Canedo teriam um sistema próprio. O mesmo aconteceria com outras cidades metropolitanas, mas com coordenação do Estado. Além disso, o poder público passaria a ser responsável pela operação, bilhetagem e terminais. Neste caso, o usuário pagaria pela distância percorrida ou pela quantidade de paradas que percorreria.
Já com o sistema único, a integração da região metropolitana seria mantida e o órgão metropolitano continuaria com a gestão, mas a operação, bilhetagem e terminais passariam a ser responsabilidade do poder público. Neste caso, haveria uma tarifa única para todo o sistema, com um teto no valor. Para a região metropolitana, haveria anéis tarifários, com pagamento por distância.
Prefeituras apresentam resistência quanto ao novo modelo de tarifa do transporte coletivo
O novo modelo de cobrança não tem sido bem aceito por prefeituras do interior e até mesmo pelo Estado. Por isso, outros modelos estão sendo analisados, com propostas para o sistema municipal misto e sistema único, que é a opção com maior chances de aprovação.
De acordo com um estudo apresentado em maio deste ano pela Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC), caso Goiânia seja retirada do sistema metropolitano, os usuários da capital teriam um custo de R$ 3,00, enquanto as outras 170 linhas teriam uma tarifa em cerca de R$ 7,54. Isso com um investimento de R$ 80 milhões anuais para manter a tarifa mais baixa.
Ainda conforme o estudo, analisando a tarifa única, caso não haja subsídio, o valor este ano da tarifa deveria ser de R$ 6,45. Entretanto, com investimento de R$ 135 milhões é possível manter o valor atual, em R$ 4,30. Atualmente, esta é a proposta mais provável de ser aceita.
Com a proposta de que o sistema atual seja mantido, com o subsídio de R$ 135 milhões, as prefeituras arcariam com serviços diferenciados, como Ganha Tempo ou deslocamento por distância. Várias propostas estão sendo analisadas, mas até o momento não há definição de qual modelo será adotado.
De acordo com a CMTC, o objetivo é ter mais atratividade e estabelecer valores que beneficiem os usuários. Além disso, é preciso fazer com que o sistema opere com aos menos 80% da demanda, que atualmente tem operado com demanda entre 45% e 48%.