Nesta quarta-feira (4/8) subiu para sete o número de denúncias de crimes sexuais contra o pastor Esney Martins da Costa, da igreja Renascendo para Cristo, em Goiânia. Três casos foram mostrados no último domingo (1º) no programa Fantástico, da TV Globo, e desde então, outras quatro vítimas surgiram.
De acordo com Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPE-GO), por meio do Núcleo Especializado de Defesa e Promoção dos Direitos da Mulher (Nudem), casos de outras duas novas mulheres estão em fase de atendimento e diligências. Contra o pastor há indícios da prática de crime de estupro, importunação sexual, posse sexual mediante fraude, ameaça, lesão corporal, instigação ao suicídio, injúria e difamação.
Segundo a defensora pública Gabriela Hamdan, coordenadora do Nudem, em seus relatos as vítimas informaram que buscavam a igreja para superar traumas, mas acabavam sendo manipuladas e abusadas pelo líder religioso devido a sua condição de vulnerabilidade emocional. Segundo as garotas, ele alegava que “Deus estava ordenando” que agisse daquela maneira para promover a cura e quando não tinha suas vontades e anseios atendidos, o pastor dizia que iria orar para Deus matá-las e às suas famílias.
As vítimas ainda relataram que os abusos se iniciavam de maneira sutil, como em uma apalpada para uma oração, por exemplo, e caso as garotas questionassem o comportamento ele alegava que fazia parte da cura.
Vítimas falam do caso do pastor investigado por crimes sexuais contra fiéis, em Goiânia
Na reportagem exibida pelo programa da TV Globo, três vítimas falaram sobre o caso. Uma delas disse que o pastor se apresentava como um intérprete da vontade de Deus para cometer os crimes.
“Ele falava que era para o meu crescimento espiritual, que era pra eu crescer na vida. Ele às vezes confunde até a mente da gente em acreditar que o que ele faz vem de Deus”, afirma ela ao Fantástico.
Outra vítima também contou que o pastor usava o mesmo argumento para molestá-la. Ao se revelar lésbica, a mulher disse que o líder religioso afirmou que ela precisava de um tratamento de Deus e teria que sair do emprego para depender somente de Deus. Além disso, a vítima ainda afirma que ele dizia para ela se afastar da família.
A terceira vítima é uma jovem de 16 anos. Os abusos só foram descobertos quando a mãe viu o celular da filha, que revelou como aconteceu. Segundo relatos da adolescente, a primeira vez que eles tiveram relação sexual foi dentro do carro dele. Em mensagens, o pastor ainda incentivava a adolescente a ter um comportamento violento dentro de casa.
Por meio de nota, a advogada de Esney disse que ele já foi ouvido pela Delegacia da Mulher e que prestou todas as informações solicitadas, e que ele se coloca à disposição da Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente, onde foi aberto o inquérito da jovem, para esclarecer quaisquer denúncias. Além disso, que o pastor está colaborando com as investigações e que as denúncias não tratam de fatos praticados com violência ou grave ameaça, e conclui dizendo que a defesa confia nas instituições no sentido de garantirem lisura e imparcialidade.