A Polícia Civil do Estado de Goiás (PCGO), por meio da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Consumidor (Decon), deflagrou, nesta terça-feira (6/7), a Operação Carne Tóxica, que investiga a venda ilícita de agrotóxicos usados na alimentação de gado, em Goiás.
A operação encerra a primeira etapa de investigação em trâmite na Decon que encontrou indícios de um esquema criminoso de venda ilícita de agrotóxicos que são misturados na ração ou sal mineral, com objetivo de combate ao inseto conhecido como “Mosca do Chifre” e ao aracnídeo “Carrapato”.
A operação foi integrada com a Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), Conselho Regional de Medicina Veterinária de Goiás (CRMVGO), Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREAGO) e Delegacia de Polícia Civil de Jaraguá. No total, quatro empresas em Goiânia e uma em Jaraguá foram inspecionadas.
Investigação da venda ilícita de agrotóxicos para alimentação de gado, em Goiás
Durante a investigação, foram coletadas provas do fomento de vendas ilícitas de defensivos agrícolas por proprietários, vendedores, engenheiros agrônomos e médicos veterinários a proprietários rurais, com indicação diversa daquela cientificamente recomendada pelo fabricante do produto e legislação vigente.
Entre os principais produtos agrotóxicos vendidos pelas casas agropecuárias estão aqueles que contêm substâncias tóxicas consideradas nocivas à saúde do gado e também cancerígenas, que deveriam ser utilizad0s em plantações . A prática ocorre em razão do menor preço que o produto apresenta quando comparado ao produto recomendado para alimentação animal, em torno de 20% do custo total.
Além do risco para a saúde pública, há outra irregularidade referente a venda dos produtos, que é a emissão de notas fiscais em nome de terceiros.
De acordo com a PCGO, a investigação continua para identificar e responsabilizar outras empresas que fomentam a prática ilícita, engenheiros agrônomos e médicos veterinários que colaboram para o crime e produtores rurais, especialmente agricultores, que estejam alimentando o gado com referidas substâncias.
Os responsáveis pela venda dos produtos poderão ser autuados pela prática do crime contra as relações de consumo e associação criminosa, além da interdição da empresa, multa, suspensão e exclusão da habilitação para desempenho das profissões, conforme legislação vigente e regimento dos respectivos Conselhos profissionais envolvidos na ação.