A médica suspeita de vender atestados de comorbidades para pessoas conseguirem se vacinar contra a Covid-19 negou as irregularidades para a polícia, em Catalão, na região sudeste de Goiás. Agora, a Polícia Civil de Goiás (PCGO) investiga se ela teve a assinatura falsificada por outra pessoa.
Segundo a médica, os documentos foram entregues apenas para pessoas que ela realmente atendeu. De acordo com a Polícia Civil, dos 5,8 mil atestados de comorbidades apresentados na cidade, 1,1 mil têm a assinatura da médica.
Algumas pessoas foram ouvidas pela polícia e confirmaram a compra dos laudos por valores entre R$ 70 e R$ 250. Essas pessoas também afirmaram que sequer tiveram consulta com a médica.
Segundo o delegado responsável pelo caso, Fernando Maciel, a investigação começou a partir de uma desconfiança da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) da cidade. Divina Maria da Silva prestou depoimento na tarde desta terça-feira (7/7). Segundo a médica, ela trabalha há 38 anos em Catalão e tem muitos pacientes.
Assinaturas nos atestados de comorbidades serão analisadas
De acordo com o delegado, a médica disse que deu atestados apenas para pacientes que ela atendeu, que seria uma média de 15 a 20 por dia. E o período em que eles foram dados é de cerca de um mês, ou seja, tem mais atestados que atendimentos.
Será feito um pedido para que as assinaturas nos laudos sejam analisadas, com o objetivo de identificar se todos foram assinados pela médica ou se alguns são falsificados.
Se as investigações concluírem que a médica é responsável pela venda dos atestados, ela deve responder por falsidade ideológica e se for comprovado que outra pessoa estava se passando por ela, essa pessoa irá responder por falsificação de documentos.
Se condenados, os responsáveis podem ter pena decretada de até cinco anos de prisão. Já no caso das pessoas que compraram o documento, elas podem ser indiciadas por falsidade ideológica.