Uma médica é suspeita de vender atestados de comorbidades para pessoas se vacinarem contra Covid-19 em Catalão, na região sudeste de Goiás. A Polícia Civil de Goiás (PCGO) investiga 1,1 mil atestados de pessoas já vacinadas na cidade, que foram emitidos pela mesma médica.
Na quarta-feira (23/6), a PCGO conversou com algumas pessoas que apresentavam o documento assinado pela infectologista e 15 confirmaram que compraram os laudos.
Segundo o delegado responsável pelo caso, Fernando Maciel, a investigação começou a partir de uma desconfiança da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) da cidade. A SMS teria achado estranho que de 5,8 mil atestados 1,1 foram assinados pela mesma médica e muitas dessas pessoas eram jovens, além disso, na maioria dos laudos estava atestado que o suposto paciente tinha asma.
Durante as investigações as pessoas relataram que pagaram diferentes valores pelo atestado: entre R$ 70 e R$ 250. Segundo o delegado, os supostos pacientes foram abordados no local de vacinação contra Covid-19 e convidados a irem até a delegacia. As 15 pessoas que confessaram ter comprado os laudos também afirmaram que sequer tiveram consulta com a médica.
Médica suspeita de vender atestados de comorbidades em Catalão pode responder por falsidade ideológica
As investigações continuam com o objetivo de identificar se a própria médica é responsável por vender esses atestados assinados ou se há alguém se passando por ela. De acordo com o delegado Fernando Maciel, a profissional também será chamada para depor na delegacia da cidade.
Se as investigações concluírem que a médica é responsável pela venda dos atestados, ela deve responder por falsidade ideológica e se for comprovado que outra pessoa estava se passando por ela, essa pessoa irá responder por falsificação de documentos.
Se condenados, os responsáveis podem ter pena decretada de até cinco anos de prisão. Já no caso das pessoas que compraram o documento, elas podem ser indiciadas por falsidade ideológica.