A Polícia Civil do Estado de Goiás (PCGO,) por meio da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO), investiga um grupo suspeito de utilizar várias aeronaves para movimentar o tráfico de drogas, mediante atuação interestadual e internacional.
Nesta quinta-feira (15/4), foram cumpridos mandados de prisão e de busca e apreensão em Goiás, São Paulo, Mato Grosso e Santa Catarina. Em Goiás, quatro mandados de prisão e 12 mandados de busca e apreensão foram cumpridos.
De acordo com a Polícia Civil, os mandados de prisão foram expedidos contra contra o chefe da organização criminosa, o gerente operacional e dois operadores, responsáveis pelo trabalho de campo. Os mandados de busca são de locais utilizados por supostos pilotos e financiadores do esquema.
Investigações do grupo suspeito de utilizar aeronaves para tráfico de drogas, em Goiás
As investigações da Operação ‘Narco Flight’ tiveram início há um ano e meio, após informações de que um helicóptero estaria transportando drogas para o Estado de Goiás. A aeronave foi abordada em uma cidade que faz divisa com o Mato Grosso e apreendida por estar com prefixo clonado. O piloto e o responsável pelo reabastecimento do helicóptero foram presos por porte de munição.
Meses depois, após ser solto, o mesmo piloto foi preso novamente com 1 milhão de dólares e uma arma de fogo, no Pará. Na ocasião, a aeronave também foi apreendida.
De acordo com a Polícia Civil, uma terceira aeronave foi adquirida pela organização criminosa. Em uma das operações do grupo, a aeronave foi danificada devido problemas na pista clandestina.
Após diligências a Polícia Civil começou a monitorar uma quarta aeronave usada pelo grupo. Ela teria decolado em Mozarlândia e pousado no Amazonas, onde foi apreendida com irregularidades no plano de voo. Além disso, os pilotos não eram licenciados e estavam transportando grande quantidade de combustível.
Diante disso, o grupo adquiriu uma quinta aeronave, que também passou a ser monitorada pela Polícia Civil. Ela decolou de Palmeiras de Goiás com destino à Roraima, onde o trem de pouco quebrou. Na ocasião os integrantes do grupo compram um trem de pouso em Goiânia e o levam, se valendo de um veículo, para Roraima.
Em razão da demora na resolução do problema do trem de pouso, uma sexta aeronave foi adquirida. Essa nova aeronave decolou de Goiânia com destino à Roraima, com objetivo de buscar o carregamento de drogas que se encontrava no local. Na ocasião, a sexta aeronave foi abordada com 400 quilos de skunk e 10 quilos de pasta base de cocaína.
Todos os ocupantes do avião foram presos. Uma caminhonete filmada na casa do chefe da organização criminosa, em Goiânia, também foi apreendida em Roraima.
Em razão da perda de mais uma aeronave, cujos integrantes foram presos, outro novo avião foi adquirido no Paraná, de onde seguiu para Goiás, Mato Grosso, Manaus e Roraima. Após atravessar a Venezuela, o grupo entrou no espaço aéreo Colombiano, onde foi interceptado pela Força Aérea Colombiana. Veja o vídeo:
De acordo com a Polícia Civil, em 1 ano e 6 meses o grupo operou sete aeronaves. As investigações da DRACO ainda apontam que a organização criminosa é ligada a uma grande facção criminosa brasileira.
Durante a operação, uma escola de aviação em Goiânia foi objeto de busca e apreensão e está sendo investigada por suposta manutenção e custódia dessas aeronaves.